Os movimentos do PMDB para a disputa eleitoral do próximo ano ainda são difusos e sugerem um enfrentamento com o governador Renato Casagrande. Mas para alguns interlocutores, a possibilidade de acordo entre os dois grupos é muito maior do que a ideia de luta pelo governo do Estado.
Sem nomes de peso para a disputa de deputado federal, algumas negociações colocam o partido no palanque de reeleição de Casagrande com espaços já definidos. Uma das movimentações seria para limpar o campo de disputa para o Senado para que o ex-governador Paulo Hartung possa disputar a vaga sem concorrência.
Quem ganharia um espaço importante também é o deputado federal Lelo Coimbra, que deixaria a proporcional para voltar a ocupar o cargo de vice-governador. Essa movimentação manteria no palanque do socialista as forças econômicas que tanto influem na eleição.
O acordo também evitaria o risco de se ter a candidatura do senador Ricardo Ferraço ao governo no próximo ano. A ideia vendida nos meios políticos de que ele não teria nada a perder com a disputa não corresponde as expectativas internas do grupo. E a preocupação não está no palanque de Renato Casagrande e sim no do candidato de oposição aos dois grupos, o senador Magno Malta (PR).
Em 2010, o republicano sofreu um forte embate durante a campanha por parte da mídia, da Igreja Católica e das forças políticas que trabalharam contra a sua reeleição. Mesmo assim, o senador se reelegeu com 1,2 milhão de votos.
Se Ricardo ficar atrás de Magno em número de votos em 2014 a situação política ficará complicada, principalmente porque os dois voltariam a se enfrentar para a disputa ao Senado ou mesmo ao governo do Estado em 2018. Além do desgaste por uma eventual perda na disputa ao governo, este cenário fortaleceria senador republicano, que é o principal desafeto do grupo.
As movimentações envolvendo PMDB e PSB colocam em xeque também as articulações do PT. O partido que vem discutindo internamente seu posicionamento na disputa de 2014 e que vem sendo puxado pelo ex-prefeito de Vitória João Coser a permanecer no grupo com a promessa de disputa ao Senado ou com a vaga de vice, poderá ter de entrar no acordo sem nenhuma contrapartida, perdendo, assim, espaço no palanque palaciano.