No embalo da flexibilização do comércio, Erick Musso anuncia “retorno gradual” de atividades na Assembleia. Próximo?
No finalzinho da sessão virtual, para nem render assunto. Este foi o momento escolhido pelo presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), nesta segunda-feira (11), para anunciar o “retorno gradual” das atividades presenciais a partir da próxima semana. No embalo da flexibilização do comércio definida pelo governador Renato Casagrande, o deputado informou que realizará sessão híbrida, com os parlamentares podendo optar por participar do plenário, de casa ou do gabinete. Já os servidores, com exceção dos que se enquadram no grupo de risco e com comorbidades comprovadas para a Covid-19, farão um rodízio. Os detalhes, ainda em formatação, serão anunciados até esta quarta-feira (13), como garantiu Erick, incluindo o horário de funcionamento, sinalizado entre 12h às 18 horas. A pressa, para além da justificativa de seguir o governo, tem outro motivo, como admitiu Erick: reunir-se com os deputados para debater o contingenciamento de gastos públicos, problema levado por Casagrande aos representantes dos poderes na última semana e que deixou tensões no ar e ainda nenhuma solução. O segundo round da conversa com os “comandantes” dos órgãos públicos ocorre nesta quinta-feira (14), quando cada um terá que apresentar ao governo suas propostas de cortes dos seus gordos orçamentos para compensar as perdas, o que certamente irá se desenrolar em outros capítulos, tão tensos quanto. “Preciso tratar disse presencialmente com os deputados”, avisou Erick, que já foi infectado e curado da Covid-19. Como esperado, abre-se o comércio, abre-se a Assembleia, depois abrem-se as câmaras de vereadores, e por aí vai, ladeira abaixo, antes mesmo do pico da pandemia e, muito menos, do achatamento da curva no Espírito Santo.
‘Primeiro momento’
Na primeira semana, afirmou Erick, a Assembleia permanecerá fechada para atendimento externo tanto para visitas como os serviços Ales Cidadã e o Banestes. Mas, pelo tom do presidente, também não parece algo distante assim não, viu?
Cofres cheios
Os poderes convocados por Casagrande, nunca é demais pontuar, sempre contaram com cofres cheios, abarrotados: além da Assembleia, o Tribunal de Justiça (TJES), o Ministério Público Estadual (MPES) e o Tribunal de Contas (TCE). Agora querem chiar…
Fundos
A proposta ventilada por Erick Musso, ainda na semana passada no plenário virtual, é reverter os recursos dos fundos de Infraestrutura e Soberano, aprovados pelos deputados no ano passado. Mas não é essa, pelo visto, a ideia de Casagrande.
Ainda sem prazo
A propósito, a prestação de contas do governador referente a 2019, que meses atrás rendeu uma confusão danada devido ao seu não comparecimento dentro do prazo à Assembleia, será marcada pelo Colégio de Líderes logo do retorno das sessões presenciais. Ofício de Casagrande nesse sentido foi lido na sessão desta segunda.
Impeachment
A questão, para quem não se lembra, virou munição dos deputados da oposição contra o governador, em março deste ano, incluindo até um pedido de impeachment assinado por Capitão Assumção (Patri) por improbidade administrativa, já que a prestação é obrigada por lei. Na época, o governador justificou a ausência numa agenda no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, para debater os royalties do petróleo.
Oficial
Os deputados estaduais Alexandre Xambinho e Lorenzo Pazolini já trocaram há tempos de partido, mas só agora a mudança foi oficializada em plenário. O primeiro deixou a Rede para o PL, do ex-senador Magno Malta, enquanto o outro estava sem partido e entrou no Republicanos, de Erick Musso. Ambos são pré-candidatos a prefeito este ano, respectivamente, na Serra e em Vitória.
Pra plateia
Os ânimos exaltados registrados na sessão que debateu a proposta de Luciano Machado (PV) de redução de 30% dos salários tiveram desdobramentos ne segunda-feira. Euclério Sampaio (DEM), Lorenzo Pazolini (Republicanos) e Alexandre Xambinho (PL) resolveram mostrar comprovantes de doações no mesmo percentual a projetos sociais. “Fuzilado” na última semana, Machado nada disse desta vez.
Voto popular
A enquete para a escolha do nome oficial do Hospital Materno Infantil, na Serra, recebeu mais de 12 mil votos em poucos dias. Estão no páreo Arnaldo Ferreira, o ‘pai’ da obstetrícia no ES; Jolindo Martins, um dos primeiros pediatras do Estado; Maria da Glória Merçon Vieira Cardoso, a primeira pediatra formada por aqui; e Zilda Arns Neumann, fundadora da Pastoral da Criança e da Pessoa Idosa. O resultado sai no dia 8 de junho.
Por falar nisso, segue a disputa entre os líderes políticos do município para mostrar participação na obra, esperada há anos. Além do prefeito Audifax Barcelos (Rede), que a vende como a principal do seu mandato; o ex-prefeito e deputado federal Sérgio Vidigal (PDT) sempre aparece para listar emendas e medidas de sua gestão municipal, e também deputados – recentemente, Xambinho disse em suas redes sociais: “Eu ajudei a viabilizar o Hospital Materno Infantil da Serra”.
PENSAMENTO:
Os abusos, como os dentes, nunca se arrancam sem dores. Marquês de Maricá