Depois do ‘silêncio’ nas sessões da semana passada, o deputado Sandro Locutor (PPS) cobrou publicamente uma posição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa sobre o “sumiço” de documentos referentes aos gastos com viagens da atual e da ex-primeira-dama do Estado. Na sessão desta segunda-feira (11), o parlamentar se dirigiu ao presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM), solicitando o repasse das informações que já foram protocoladas pelo governo há mais de um mês – como revelou uma reportagem de Século Diário publicada na última quinta-feira (7).
Na sessão, Sandro Locutor afirmou que estava sendo pressionando pela imprensa, mas aproveitou a cobrança para “aliviar” a situação do presidente da Casa, ao registrar que a demora poderia ser justificada pelo recesso parlamentar. O deputado do PPS afirmou que recebeu informações de que o documento fora protocolado pelo governo no último dia 10 de junho e ainda não havia sido encaminhado para o seu gabinete, conforme previsão no Regimento Interno da Casa.
O relatório de viagens, de acordo com o deputado, revela gastos excessivos da ex-primeira-dama, Cristina Gomes – mulher do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) – com passagens aéreas, inclusive, de viagens internacionais pagas com dinheiro público, entre 2003 e 2010. A relação também lista as viagens realizadas pela atual primeira-dama, Maria Virgínia Casagrande, nos três primeiros anos da atual administração.
Segundo informações divulgadas por Século Diário, o Ofício SEG nº 79/2014, assinado pelo secretário de Governo, Samir Furtado Nemer, já foi encaminhado à Secretaria Geral da Mesa Diretora. A resposta ao pedido de informações deveria ser lida no expediente da Casa e a cópia da resposta enviada ao gabinete do autor da solicitação, mas o documento não foi sequer autuado (cadastrado) no sistema de acompanhamento legislativo.
No requerimento de informações (061/2014), Sandro Locutor pede a remessa de um relatório detalhado sobre os gastos envolvendo viagens nacionais e internacionais da atual e da ex-primeira-dama, uma vez que os dados não aparecem no Portal da Transparência. Já o governo confirmou à reportagem de Século Diário que enviou todos os dados solicitados à Assembleia.
