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Música, filmes e intervenções marcam segundo dia de ocupação na Secult

 
Já fazem mais de 24 horas que artistas e representantes da sociedade civil ocupam a entrada da Secretaria de Estado da Cultura (Secult-ES) em Vitória. São produtores culturais, músicos, integrantes de coletivos, representantes de movimentos sociais e simpatizantes do movimento, que pedem por mais diálogo com a pasta sobre a condução da política cultural do governo Paulo Hartung. A classe artística quer participar das decisões sobre os Editais Funcultura 2015; o corte de 68% na secretaria; e a entrada da iniciativa privada – Instituto Sincades – na verba destinada aos editais; entre outros pontos divulgados pelo Fórum Livre da Cultura Capixaba. 
 
Dessa segunda, quando teve início o movimento #Ocupa Secult, até a noite desta terça (28), os manisfestantes não conseguem calcular a média de pessoas que passaram pelo ato, em apoio ao movimento, mas seguem otimistas com o envolvimento de muitos artistas que chegam a todo o momento levando alimentos, cartazes, instrumentos musicais e ficam por algum tempo no local. “A melhor percepção disso tudo até agora tem sido essa integração entre a classe artística. Esse é um momento de podermos gerar diálogo entre nós. Ainda falta muita gente chegar aqui, mas as pessoas que têm vindo estão dando fôlego”, constata Daniel Morelo, um dos ocupantes que acompanha o movimento desde o início.  
 
As decisões do movimento neste dia se concentram na mudança da reunião entre os artistas – anteriormente convocada para ser realizada no Cine Metrópolis, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória; e agora transferida para a própria entrada da Secul-ES. “Não queremos nos desmobilizar daqui, então, depois de conversas, decidimos transferir a reunião para cá, no mesmo horário, às 9h, com a participação do maior número possível de artistas”, explicou Daniel. 
 
Intervenções e atividades culturais
 
Organizado por artistas das diversas áreas, o movimento #OcupaSecult tem pequenas apresentações musicais, exibição de filmes e, nesta terça, ensaio da companhia de teatro Folgazões, além de exibição cineclubista dos grupos ES Diversidade e Occa. Os manifestantes também mantêm intensa atualização nas redes sociais sobre o que tem sido feito no local, convocando a todo o momento mais artistas a chegarem no local e ficarem nem que seja por um curto tempo, em apoio. 
 
A programação é construída conforme a disponibilidade dos artistas. Por isso, a todo o momento os manifestantes recebem mensagens e ligações de pessoas que levarão alimentos ou realizarão atividades. A proposta é ocupar o local até a próxima segunda-feira (4), data de realização da reunião extraordinária do Conselho de Cultura (CEC), no Theatro Carlos Gomes, às 14h, no Centro de Vitória, com participação também livre. “Enquanto tivermos pessoas para se juntarem a nós, continuaremos aqui”, acrescentou Amanda Brommonschenkel, outra participante do movimento.
 
 

A Secretaria permanece com expediente normal em meio à manifestação. Na manhã dessa segunda, quando o secretário de Cultura, João Gualberto, conversou com os manifestantes, a Secult-ES divulgou em sua rede social que “recebeu artistas para um bate-papo sobre ajustes da proposta de editais”. Entretanto, Daniel Morelo contou que não foi tão rápido assim a negociação do diálogo. “O secretário pediu que fôssemos em pequenos grupos para a sala dele conversar. Pedimos que ele recebesse todos juntos, mas nos informaram que não caberíamos na sala, então pedimos que ele viesse para a entrada da Secretaria. Ele veio e conversou com todos”. 

 
Mesmo com o diálogo e o agendamento da reunião do CEC, os manifestantes já afirmaram que o secretário se mostra aberto ao diálogo agora, mas isso não é uma garantia de que a classe artística será ouvida. Por isso, a manifestação segue para agregar mais artistas à discussão. 

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