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Integra Vitória mostra que Luciano Rezende privilegia diálogo com bairros nobres

Com apenas duas semanas de governo, o prefeito Luciano Rezende (PPS) arrumou treta com os usuários do calçadão da Praia de Camburi ao baixar uma regulamentação de uso do espaço. Desagradando a gregos e troianos,  voltou atrás em uma semana. Abrigou-se no discurso do diálogo para justificar o recuo e se saiu bem com pedestres, skatistas, patinadores, ciclistas, crianças, adultos e idosos. 
 
Um comportamento bem diferente da afirmação dura, direta e imperativa do secretário municipal de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana (Setran), Josivaldo Andrade, no auge da polêmica do Integra Vitória, Os jornais publicaram na última quarta-feira (16) as declarações do secretário. Ele garantiu que a prefeitura não cederia à pressão dos moradores prejudicados pelo Integra Vitória e que tampouco a prefeitura ressuscitaria o antigo sistema municipal de transporte. Bravata. No dia seguinte, a prefeitura voltou atrás pelas mãos não do secretário, mas do próprio prefeito.
 
Não é a primeira vez que a gestão Luciano Rezende enfrenta dúvidas da população com um projeto, mas é a primeira vez que agiu de forma mais inflexível. O curioso é que, quando houve diálogo, este se deu em circunstâncias que envolviam as demandas dos moradores de bairros abastados da cidade. A imposição do Integra Vitória ofuscou o discurso da gestão compartilhada. 
 
O caso do calçadão da praia de Camburi foi o primeiro. O segundo veio com as discussões sobre a implantação do Centro de Eventos de Vitória (CEV), às margens da Avenida Adalberto Simão Nader. Entre maio e agosto, moradores de Mata da Praia, Morada de Camburi, Bairro República levantaram preocupação com os impactos viários do projeto. 
 
Em outubro, após diversas reuniões com moradores, o projeto foi aprovado no Conselho do Plano Diretor Urbano (CMPDU) com inúmeras alterações em relação ao original, fruto das reivindicações dos moradores.
 
Já em julho deste ano, a prefeitura apresentou um projeto de ciclovia na Avenida Rio Branco, entre a Ponte Ayrton Senna, na Praia do Canto, e a Avenida Leitão da Silva, em Santa Lúcia. De modo geral, os presentes à audiência pública elogiaram o projeto. Mas outros criticaram, temendo a perda de vagas de estacionamento. Não houve consenso. Sem dinheiro para a execução da obra e sem acordo, desde então a prefeitura não tocou mais no assunto. 
 
Claro, são de casos muito diferentes entre si, mas que mostram o esforço da gestão Luciano Rezende para dialogar com as camadas mais abastadas da população. Mas mostraram também que esse esforço não sobe morro. Vejamos agora após a portentosa lambança do caso Integra Vitória.

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