Sexta, 29 Março 2024

Árdua missão


A eleição do próximo ano trouxe para as estaduais dos dois partidos, que comandam a política nacional PT e PSDB, uma missão muito difícil: buscar uma acomodação política que dê a musculatura necessária para que seus presidenciáveis tenham espaço de disputa no Espírito Santo.



É complicado saber até para quem essa missão foi pior. O desempenho do PT no Espírito Santo nunca foi excelente e as últimas pesquisas mostram que a presidente Dilma Rousseff não mudou essa realidade e terá, inclusive, dificuldades em construir um palanque no Estado.



Sem conseguir criar condições de puxar um palanque majoritário de peso, o PT trabalha com a possibilidade de alinhavar um acordo para apoiar a candidatura do ex-governador Paulo Hartung. Mas não há certeza nos meios políticos de que essa estratégia seja útil para o palanque da presidente.



Hartung nunca teve identidade como projeto petista e se ele não for o candidato da aliança PT e PMDB, o ex-prefeito João Coser terá que puxar sozinho um palanque ao governo. Essa é uma estratégia considerada arriscada para quem deixou a prefeitura em viés de baixa.



O PSDB tem um problema complicado também para resolver. Nacionalmente o partido agrada mais ao capixaba que o PT, mas o nome escolhido, o do ex-senador Aécio Neves (MG), pode não ser o melhor para se trabalhar no Estado. Além disso, o PSDB não tem musculatura para puxar uma eleição presidencial.



Com suas estrelas sem mandato há um bom tempo e sem uma candidatura majoritária de peso será difícil criar o espaço que Aécio precisa no Espírito Santo. O partido, porém, tem como alternativa a possibilidade de seguir o caminho do acordo nacional de compartilhar apoio com o palanque do presidenciável socialista, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.



Isso obrigaria o partido a retirar a candidatura de Guerino Balestrassi ao governo e buscar acomodação no palanque de reeleição do governador Renato Casagrande, também socialista. O problema é a acomodação dos tucanos no palanque do governador.



Até o momento, o único que tem um palanque forte no Estado e que está certo é o governador Eduardo Campos. Por mais que Casagrande tente passar a ideia de neutralidade, o PSB e seu principal aliado o PPS está fechado com Campos e a identidade partidária de Casagrande fará o resto. Os demais terão que buscar um caminho para vender seu peixe.



Fragmentos:



1 – Os deputados estaduais realizaram na manhã desta terça-feira (17) uma sessão extraordinária para limpar a pauta. Em votação, um pacotão de projetos do governo do Estado. Alguns até geraram polêmica, mas nada que atrapalhasse o toque de caixa.



2 – Alias, já está se tornando comum os pacotões de projeto nas últimas sessões antes do recesso parlamentar da Assembleia. As matérias entram na Assembleia e são aprovadas com tanta velocidade que não deve dar tempo sequer de os deputados lerem o que estão votando.



3 – Se bem que isso acontece durante o ano todo na Assembleia. O enunciado Mensagem Governamental garante a aprovação no Legislativo sem dificuldades ou reflexão.

Veja mais notícias sobre Colunas.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sexta, 29 Março 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/