Quinta, 25 Abril 2024

Grande Vitória  está sem policiamento especializado durante o dia

Grande Vitória  está sem policiamento especializado durante o dia

A Polícia Militar do Espírito Santo (PMES) deixou um santo nu para cobrir outro. Desde esta terça-feira (14) o policiamento chamado “especializado” em operação durante o dia na Grande Vitória foi remanejado para a noite. É uma tentativa de responder à sociedade, depois de sucessivos assaltos noturnos empregando carros roubados para entrar nos estabelecimentos comerciais. 


A denúncia da alteração no procedimento determinado pelo comando da PM é da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo (ACS-ES). 


Na tentativa de “oferecer sensação de segurança” para a população, o jeitinho brasileiro está sendo colocado em prática para a realização do policiamento na Grande Vitória após a onda de arrombamentos a estabelecimentos comerciais durante a noite: o policiamento especializado foi retirado das ruas durante o dia para fazer patrulhamento noturno. 


Nesta segunda-feira (13) foi publicada pelo comando a Diretriz Operacional (DO), após a repercussão dos arrombamentos na mídia. O Comando de Polícia Ostensiva Metropolitano publicou a saturação de policiamento nas principais áreas comerciais subordinadas ao comando das 22 até às 6 horas no Centro de Vitória e Praia do Canto (área do 1º BPM), Centro de Vila Velha e Glória (4º BPM), Laranjeiras, Porto Canoa e Jardim Limoeiro (6ºBPM), Centro de Guarapari, Muquiçaba e Praia do Morro (10ºBPM), Jardim da Penha e Jardim Camburi (12ª Cia Ind) e a Grande Jacaraípe (14ª Cia Ind). 


A assessoria da associação informou que o saturamento começa nesta terça-feira (14) e a escala da Força Tática será das 18h até às 4h. Os Comandantes de Policiamento de Unidade (CPU’s) serão responsáveis pela coordenação das rondas.  


O presidente da ACS-ES, sargento Renato Martins, afirmou que mais uma vez a conta com a escala de trabalho ficará ainda mais pesada para os policiais. Isso porque a PMES hoje não tem efetivo suficiente. A corporação está usando a “lógica do cobertor curto” ao tratar da segurança da população, ou seja, cobre a cabeça e descobre os pés, assinalou o presidente.



A Associação de Cabos e Soldados recebeu diversas ligações de militares associados questionando a respeito da escala. Há casos de policiais que querem sair da especializada onde trabalha. 


Com isso, na prática, o policiamento será retirado das ruas durante o dia. As vias comerciais da Grande Vitória e bairros de periferia ficarão desguarnecidos e todo esse efetivo será utilizado em horário que há menos índice de violência registrado, porque a grande maioria dos homicídios, toque de recolher, furtos, roubos e latrocínios são registrados durante o dia.  


A precarização do policiamento durante o dia deverá prejudicar os pequenos comerciantes. Aqueles que têm seus comércios nos bairros, uma pequena padaria ou farmácia, por exemplo, que são assaltados constantemente durante o dia,  ficarão ainda mais vulneráveis. O saturamento que  começa hoje à noite visa atender os anseios do empresariado.


A PMES acabou com o Batalhão de Missões Especiais e com a Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam). O que a PMES possui hoje de especializado é a Força Tática e a Companhia Independente de Missões Especiais (CIMEsp), que realizam o patrulhamento tático, que é bem diferente do patrulhamento ostensivo ordinário realizado preventivamente todos os dias pelos Policiais Militares.


No Estado, segundo os comerciantes, são assaltadas dez lojas por dia, sendo a metade das ocorrências na Grande Vitória.

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