Quinta, 28 Março 2024

Insaciável

Insaciável


Setor privado. Órgãos que fizeram parte do arranjo institucional dos seus três mandatos – Tribunal de Justiça (TJES), Ministério Público (MPES) e Assembleia Legislativa. Secretarias estratégicas. Se alguém achou que o governador Paulo Hartung (sem partido) pararia, finalmente, na polêmica dos convênios com as prefeituras em cota única, enganou-se! Ainda dá tempo de usar e abusar do cofre. O pedido de abertura de crédito suplementar enviado nessa segunda-feira (19) à Assembleia Legislativa, no valor de R$ 192,8 milhões, e já aprovado, chama atenção pelo volume tão alto de uma só vez. Mas se soma a vários outros publicados nos últimos meses em doses homeopáticas, cujo total também já se perdeu de vista. Se o discurso dos últimos anos era de crise, herança maldita e aperto, agora virou economia, eficiência e expertise em gestão. Para toda bolada e anúncios de obras, há inúmeras justificativas e origens de recursos. A regra é distribuir dinheiro, melhor ainda, se for para “os de casa”. Resta saber da contrapartida. De graça, nunca sai!


Cautela

Interessante, porém, que desta vez o lado oposto não escancarou a crítica e o embate logo de cara. Uma reação do grupo de Renato Casagrande (PSB) bem diferente do caso das prefeituras. Mexer com o empresariado e Judiciário são outros 500?


Fatias do bolo

Sim, porque desta bolada, a maior fatia, R$ 75 milhões, é para incentivo à iniciativa privada, leia-se Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap). Já o Tribunal de Justiça levará R$ 21 milhões – R$ 11 milhões para contribuição previdenciária complementar e R$ 10 milhões para “valorização do desenvolvimento de pessoas” – falou “bonito”, hein?!


Fatia do bolo II

O Ministério Público Estadual, com seu R$ 1 milhão”, e a Assembleia Legislativa, com R$ 2,4 milhões, não surpreende. No decorrer do ano, os dois receberam créditos suplementares de valores iguais ou bem maiores. Em quase todos os casos, igualmente para gastos com pessoal.


No mais...

...as secretarias escolhidas, se não são das áreas de interesse que geram visibilidade, com obras em rodovias e mobilidade, também ligadas ao empresariado, são aquelas que representam os calos no sapato das gestões Hartung e razões de seus desgastes: Segurança, Saúde e Educação.


Loteamento

Notícias da Rádio Corredor indicam que a escolha de Rodrigo Franscisco de Paula para a procuradoria-geral do Estado acabou provocando alvoroço na seara de Hartung. É que o escolhido, embora não seja do núcleo central, está na área de influência de conhecidos nomes ligados ao atual governador, já interessados no loteamento de cargos da PGE. 


Loteamento II

Uma reunião nesta quarta-feira (21) estaria, inclusive, marcada para tratar o assunto. Não com Casagrande, mas com o próprio Rodrigo, que é cunhado de um integrante do grupo mais antigo e próximo a Casagrande, Paulo Júnior, o responsável pelas finanças do PSB no Estado.


Loteamento III

Essa área de influência seria puxada principalmente por Rodrigo Rabello, que ocupou o cargo antes do atual, Alexandre Nogueira Alves, e por onde passou outro nome ligado a ele, Rodrigo Júdice. Tratando-se de um órgão tão importante para o governo, todo cuidado para Casagrande ainda poderá ser pouco.


‘Putz’

Voltando à Assembleia, frase do deputado estadual Dr. Hércules (MDB) na sessão da Assembleia desta terça-feira (20), quando parecia valorizar o Dia da Consciência Negra: “A princesa Isabel não era essa santa que todo mundo pensa, não”.


‘Putz’ II

A propósito, aviso aos navegantes: falar que tem amigos, conhecidos e parentes negros não é atestado de antirracismo. 


PENSAMENTO:

“Um credo é uma metáfora fossilizada”. Elbert Hubbard

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