Sexta, 19 Abril 2024

Última cartada

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A pouco tempo de deixar o governo e em queda, o governador Paulo Hartung ainda tem no senador eleito, Fabiano Contarato (Rede), o seu trunfo para manter-se vivo politicamente nos próximos anos. Nos bastidores, já circula a informação de que ele articula para fazer isso por meio do seu antigo articulador e homem de confiança, Robson Leite Nascimento, o Robinho Leite, que hoje integra a equipe do senador Ricardo Ferraço (PSDB), derrotado na disputa. A estratégia seria nomeá-lo chefe de gabinete de Contarato, consolidando a digital de Hartung na candidatura pra lá de vitoriosa, que passou da marca de 1 milhão de votos e desbancou os veteranos – além de Ricardo, o também senador Magno Malta (PR). Sem nome nenhum para oferecer, já que seus principais aliados saíram mal do pleito, o governador tenta levar o bônus em cima do delegado, assim como fez na reta final das eleições, porém, sem sucesso. Dizem, até, que Hartung queria ter entrado na propaganda eleitoral de Contarato, mas a empresa de marketing do então candidato rechaçou a ideia. Restou a ele, então, divulgar uma nota minúscula, declarando seu apoio. E, agora, Contarato encara Robinho?


Última cartada II

A conversa sobre a entrada do governador na campanha de Contarato,  como se comenta nas rodas, teria sido feita a pedido dele, por meio da secretária de Comunicação, Andréia Lopes, em interlocução com o prefeito da Serra e presidente estadual da Rede, Audifax Barcelos. Não vingou.


Cadeira cativa

Robinho Leite sempre ocupou cargos de confiança das gestões do governador, com quem tem ligações desde a época de Universidade Federal do Estado (Ufes). É muito mais do que um hartunguete. Foi ex-diretor da Aracruz Celulose (Fibria), secretário de estado e grande articulador – inclusive das relações mantidas pelo Estado com a poluidora.


Atrás do prejuízo

Também em queda após a disputa deste ano, a senadora Rose de Freitas (Podemos), que concorreu ao governo, retomou o que mais soube fazer nos últimos anos: interlocução com ministros do governo federal para emplacar obras no Estado. Ela se reuniu esta semana com Valter Casimiro Silveira (Transportes) e Gilberto Occhi (Saúde).


Absurdo

O deputado Euclério Sampaio (PDT) relatou em plenário na sessão desta terça-feira (16), da Assembleia Legislativa, o drama de pais, professores e da escola Sociedade de Ensino Geração, localizada na Constante Sodré, em Vitória. Após anos de uma luta injusta e desgastante para a família idealizadora do projeto educacional implantado desde 1968, que prioriza ensino de qualidade com inclusão social e de crianças com deficiência, o governo do Estado, por meio do Bandes, conseguiu decisão favorável para tomar o terreno, que envolve ainda residências.


Absurdo II

O imbróglio jurídico, que evidencia a busca do lucro a qualquer custo e atende a interesses imobiliários de grupos poderosos, foi considerado por Euclério um retrocesso e falta de sensibilidade. O deputado apela ao Banco de Desenvolvimento do Estado que busque uma solução para o caso, ao invés de decretar o fim da escola, o que está previsto para dezembro próximo. Uma perda irreparável, principalmente para as crianças que não encontram acolhida em outras unidades. 


Absurdo III

A dívida cobrada pelo Bandes não foi contraída pela escola e envolve a falência de uma outra empresa, Café Glória, da qual um familiar, já falecido, era sócio. Em 1995, ao saber da situação, a Geração quitou 85% do valor, equivalente à área que ocupa do terreno total. Apesar das diversas medidas judiciais, o Bandes seguiu na sua missão de renegar o importante papel da escola para a sociedade capixaba.


Retorno

Passadas as eleições, o braço direito do vice-governador César Colnago no PSDB, Vitor Otoni Damasceno, retorna ao seu cargo anterior. A nomeação foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira (16), com assessor especial nível IV da pasta do aliado. Até o final do ano, a acomodação está garantida. Depois, é com o governador eleito, Renato Casagrande (PSB).


Jogada

Otoni, só pra lembrar, foi peça fundamental de Colnago para derrubar Nerci Pereira, ligado ao prefeito Max Filho (PSDB), da presidência do diretório de Vila Velha. A alegação para trocar o comando, entregando-o ao comissionado, foi de que os filiados estavam fazendo campanha para candidatos de outras legendas. 


Jogada II

Nesse caso, uma referência ao então vice de Max, Jorge Carreta e o ex-subsecretário Carlos Von, que eram do PSDB e foram para o Avante. A mudança, porém, foi exatamente por não encontrarem respaldo do partido em suas candidaturas, como alegou na ocasião o grupo do prefeito. Carreta não se elegeu à Câmara Federal, mas Von obteve êxito na corrida à Assembleia.


PENSAMENTO:

“O dinheiro não modifica o homem, apenas o desmascara”. Henry Ford

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