Quinta, 18 Abril 2024

Vai dar no mesmo?

Vai dar no mesmo?

A eleição finalmente começou e segue diferente do previsto, que era o embate direto entre o governador Paulo Hartung e o ex-governador Renato Casagrande (PSB). Tivemos uma temporada com os dois se estranhando e criando ambiente para esse confronto.  


Entretanto, PH viu que não adiantou levantar tantos defeitos de quem esteve junto com ele no projeto da Unanimidade, de domínio do Estado em aliança com uma parcela do empresariado capixaba. Quem não se lembra de PH parceiro de Casagrande quando ele estava no governo? 


Revendo o passado de relações entre eles, nunca é demais lembrar que, no momento em que estava garantido ao Renato a sua reeleição, em cima da hora PH contrariou o acordo e saiu candidato ao governo, abatendo-o. 


O ex-governador vinha se preparando para dar o troco nestas eleições, mas agora está sozinho, pois, aparentemente, PH não está nela. Casagrande perdeu a condição de derrotá-lo em um pleito eleitoral. Está sem o seu confrontante ideal e tendo que se adaptar a uma nova realidade, que é a de ter pela frente vários candidatos, como é o caso da Rose de Freitas (Podemos) e do deputado federal Carlos Manato (PSL). 


Neste momento em que dispara o apito para o início do jogo, Casagrande é o grande favorito, a ponto de haver uma corrida em favor de sua candidatura. De certa forma, está tendo de se reciclar para manter-se favorito até a hora da urna. 


O quadro dos adversários tradicionais já está composto: Rose e Manato. Há outros candidatos que não têm este carimbo, como é o caso, principalmente, do André Moreira (Psol).


Uma coisa interessante nessa mudança de cenário é que Casagrande tem de se despir do discurso que levou tanto tempo para construir para derrotar a candidatura de Hartung. Tem, agora, de se adequar aos novos adversários. 


Rose é escorregadia, boa de rua, ainda com a chance de virar candidata, de fato, do bloco de Hartung. O antigo e eterno aliado de PH, o presidente estadual do MDB, Lelo Coimbra, está organizando esse palanque.  


Já o candidato do PSL, mais precisamente do presidenciável Jair Bolsonaro (RJ), Carlos Manato, é um homem de direita, bem dentro dos princípios bolsonarianos. Largou uma provável candidatura vitoriosa para a Câmara dos Deputados para disputar o governo, cujo resultado está diretamente ligado à companhia do senador Magno Malta (PR). Apoio que sempre é uma incógnita, pois Magno esteve muito próximo de Casagrande até há pouco tempo. 


Tudo é novidade. Vamos ver o caminhar do jogo. De minha parte, estou convencido de que Casagrande, sem PH na disputa como candidato, vai tê-lo nos bastidores, agindo para derrubá-lo. 


Quem acredita que PH vai ficar quieto? Um político de três mandatos de governador, entre outros, deverá botar a máquina administrativa sorrateiramente, à moda dele, para derrubar Casagrande  e, assim, conseguir respirar politicamente sem mandato. 


PH nunca vai deixar de ser um político ardiloso, perigoso, e Casagrande não deixou, até agora, de ser um político habitualmente desarmado para enfrentar seus confrontos. 

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