Quarta, 24 Abril 2024

Voo livre

Voo livre

No atual processo eleitoral, a tradicional disputa acirrada para o governo do Estado migrou para o Senado, com a receptividade da candidatura do delegado Fabiano Contarato (Rede), que se encontra em ascensão, enquanto até o senador Magno Malta (PR), que era o franco favorito, passa a oscilar.


A perda de votos com esse avanço de Contarato, entretanto, não é do Magno, mas sim do Ricardo Ferraço (PSDB), que vai precisar, naturalmente, do apoio do líder da disputa para o governo do Estado, Renato Casagrande (PSB). 


Mas como Casagrande poderá socorrê-lo, se sua coligação de origem, o PPS, também tem um candidato ao Senado? Marcos do Val, embora relativamente desconhecido no mercado, se movimenta muito, apresentando-se como homem da segurança, um dos campos eleitorais mais atraentes. 


Esta agitação na disputa para o Senado nos leva a prever que haverá problemas no leque de apoio à eleição de Casagrande.  Quando se mexe com Ricardo Ferraço, mexe-se também em um grupo de relativo poder na política capixaba. Envolve seu pai, o deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM), candidato à Assembleia, e sua madrasta Norma Ayub (DEM), que busca a reeleição na Câmara Federal. Ambos apoiam Casagrande. 


Por outro lado, este estrago que Contarato está fazendo na disputa para o Senado também faz dele um transmissor de voto, uma possível figura agregadora que atinge todo processo eleitoral. 


O Magno, por exemplo, vai ter de tirar a cara da reta para não se prejudicar. Quer dizer, entrar em um processo defensivo. Não está mais na mesma tranquilidade. Sua estratégia inicial foi unir-se a Ricardo Ferraço exatamente para criar uma barreira ao surgimento de um candidato com o potencial de Contarato, que vem adquirindo um importante capital eleitoral.


Como a eleição é para duas vagas para o Senado, Contarato vai ter de recorrer a outros candidatos na disputa, que não seja Magno ou Ricardo, para conseguir uma destas vagas. Eleição passa também por uma questão de aritmética. Se Contarato aparece casado com Magno ou então com o próprio Ricardo, é um voto perdido para ele. Não conta.


O delegado deverá atrair, por exemplo, a candidata do PT, Célia Tavares, que está em campo e já aparece nas pesquisas com 5%, o que a habilita a ser o segundo voto do Contarato. 



É competitividade pura nas eleições para o Senado. Casagrande vai ter, agora, de administrar Contarato, que pode prejudicá-lo neste seu voo livre. 



Quem diria que a dupla Magno/Ricardo, prevista para ser reeleita com folga, poderia correr o risco de perder uma das vagas ao Senado. 

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