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Moradores reclamam do tráfego indiscriminado de caminhões na região de Paul

Há 20 anos lutando por uma resposta do poder público, os moradores do bairro Paul, em Vila Velha, não aguentam mais a passagem indiscriminada de caminhões pesados pelas ruas do bairro. O problema já foi denunciado inúmeras vezes às autoridades, e recentemente, em encontro entre o líder comunitário de Paul, Paulo Cesar Froes e o secretário de Transporte e Trânsito de Vila Velha, Romário Castro, a informação repassada é de que o trânsito de veículos continuará liberado.

???Estamos há 20 anos tentando organizar o trânsito do bairro que é caótico, tem carro parado em local de ambulância, em cima da calçada, tem caminhão de dia e de madrugada gerando problemas nas ruas e rachamento na parede das casas e quando reclamamos para o guarda ele diz que se for multar todos os casos irregulares ali vai ter que  multar mais de mil carros???, lamentou Froes.

De acordo com ele, há uma placa no início do bairro São Torquato alertando para a proibição de caminhões na Avenida Jerônimo Monteiro, que atravessa Paul e vai até o bairro da Glória, em Vila Velha, mas a proibição é diariamente ignorada. Se fosse respeitada, explicou ele, os caminhões seriam desviados para a Avenida Lindemberg, mas isso não ocorre.

???Eles passam pra lá e pra cá ignorando as placas e os guardas ignorando eles. E agora, o secretário me diz que há uma solicitação da empresa Ferrovia Centro Atlântica, ligada à Vale, para tirar a placa de proibido trânsito de caminhões???, denunciou o líder comunitário.

O líder comunitário chegou a ligar para a empresa FCA que negou o pedido para retirada da placa e afirmou ter feito apenas a reivindicação de melhorias das placas para indicar a direção para o Museu Ferroviário da Vale, em São Torquato.

Para Froes, a situação supera o desrespeito, visto que muitas vezes a polícia de trânsito é acionada, mas não vai ao local, como foi o caso do caminhão (foto) parado na Avenida Jerônimo Monteiro, em frente à Praça de Paul, que não foi autuado pelas autoridades.

Ele lembrou que além do risco que os caminhões representam ao circular em área residencial, o trânsito de veículos pesados está gerando prejuízos à comunidade, não apenas por destruir o asfalto, mas também as estruturas das residências de Paul.

Diante disso ele afirma que na comunidade o clima é de insatisfação e tensão. ???As pessoas não aguentam mais e agora vem essa notícia, sem qualquer consulta à comunidade que há 20 anos luta por este lugar. A população já avisou, se isso ocorrer vai haver reação???, alertou. 

Froes alertou que a desconfiança é que a liberação do trânsito de caminhões em Paul pode estar sendo articulada para beneficiar a Liquport, responsável pela construção dos tanques de combustíveis na região – duramente criticada pela comunidade. 

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