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??nibus escolar cai em ribanceira e deixa mais de 40 feridos em Kennedy

Um ônibus escolar que transportava adolescentes da rede pública de ensino, em Presidente Kennedy, no sul do Estado, despencou de um barranco ferindo pelo menos 40 estudantes. De acordo com informações preliminares, pelo menos dois casos são considerados graves. Os feridos com mais gravidade foram levados para Cachoeiro de Itapemirim, também no sul do Estado.
 
Embora o transporte escolar seja de responsabilidade da Costa Sul Transporte e Turismo Ltda., moradores de Kennedy afirmam que a empresa havia terceirizado o serviço. O ônibus envolvido no acidente tem 20 anos de uso e estaria em mau estado de conservação.
 
Revoltados, moradores que estiveram no local do acidente disseram que por inúmeras vezes denunciaram o mau estado conservação dos ônibus à prefeitura. Mesmo assim os ônibus continuavam circulando normalmente, alguns em alta velocidade pela avenida. O ônibus envolvido no acidente não possuía cintos de segurança, alertou os pais de um dos estudantes. 
 
“As condições do transporte público e escolar já foram denunciadas à administração pública e ao Ministério Público Estadual, mas nada foi feito. Só vão fazer quando morrer alguém. A qualidade dos ônibus é horrorosa”, bradou uma das moradoras da região que pediu para não ser identificada.  
 
O ônibus identificado com o número 203, segundo testemunhas, estava lotado e seguiria até à rodovia ES-162, sentido Marobá, quando avançou desgovernadamente em alta velocidade, atingindo um caminhão e só parando no córrego Batalha após despencar ribanceira abaixo.
 
A Costa Sul é a única empresa licitada pelo município para levar e buscar alunos da zona rural e de localidades mais distantes. A empresa também faz o transporte de alunos universitários do município para Cachoeiro de Itapemirim e Campos, no Estado do Rio de Janeiro, além de realizar o serviço de transporte público entre os municípios Presidente Kennedy, Cachoeiro de Itapemirim e Travessão da Barra, também no Estado do Rio de Janeiro.  E, de acordo om moradores e com denúncias postadas nas redes sociais, o serviço prestado pela empresa não atende os pré-requisitos básicos para o transporte na região. 
 
Na página Kennedense Últimas Notícias o clima é de revolta. Em um dos comentários foi denunciado o monopólio do serviço no município pela Costa Sul e a irresponsabilidade do poder público diante do número alto de denúncias sobre as condições do transporte. 
 
“Já sumiram com o motorista envolvido no acidente desta quarta-feira, mas sabemos que os ônibus não passavam por revisão há oito meses e que grande parte dos profissionais que trabalhava para a empresa não eram devidamente capacitados”, disso outro morador. 
 
Entre as lamentações e críticas dos moradores, eles afirmam que este é o quarto acidente grave com um ônibus da empresa, todos eles abafados pela administração local. 
 
A empresa também é arrolada na primeira ação civil pública que pediu a cassação do mandato do ex-prefeito Reginaldo Quinta (PTB).
 
Ação Civil Pública, em segredo de Justiça
 
A Ação Civil Pública por atos de improbidade envolvendo o ex-prefeito Reginaldo Quinta e a empresa Costa Sul Turismo Limitado foi apresentada em junho de 2009. O documento aponta orquestração para direcionamento da licitação para benefício da empresa. Durante o certame, diz a ação, enquanto a concorrente apresentou cinco veículos para vistoria, a Costa Sul apresentou apenas um veículo para ser verificado. 
 
Além disso, aponta a ação, o procurador da Costa Sul Transporte e Turismo teria se dirigido ao município de Castelo para uma “reunião” com representantes legais da empresa concorrente, eis que no dia seguinte ocorreria a fase pública de apresentação das propostas. 
 
“No referido encontro foi comentado sobre um acordo entre as empresas de transporte da região sul do Estado para que cada um prestasse serviço em determinada região sem interferir na área da outra”, diz a ação.  Na mesma ocasião, foi oferecido a empresa concorrente vantagem patrimonial para que se afastassem do certame. 
 
No exercício do cargo de prefeito do município, hoje ocupado por sua sobrinha Amanda Quinta Rangel, Reginaldo Quinta divulgou a contratação da empresa para o transporte para os alunos da rede municipal de ensino e do ensino superior.
 
A ação foi julgada procedente pela Justiça, o contrato declarado nulo e a empresa foi proibida de prestar serviços no prazo de cinco anos para o poder público. A ação, entretanto, ainda se encontra na fase dos recursos.  

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