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Tamar estuda impacto das mudanças climáticas às tartarugas no Estado

O Projeto Tamar iniciou o monitoramento anual às suas bases no Espírito Santo, na Bahia, em Sergipe e no Rio de Janeiro, na temporada 2013-2014, para avaliar os impactos das mudanças climáticas nas populações de tartarugas cabeçudas (Caretta caretta) e tartarugas de pente (Eretmochelys imbricata).
 
Para isso, foram instalados dataloggers, dispositivos eletrônicos que medem a temperatura e a umidade das praias, permitindo um acompanhamento constante das variações térmicas nesse bioma.

Segundo o Tamar, os dados ajudarão no planejamento de estratégias para a conservação das espécies e será possível entender os impactos causados pelas mudanças no clima às tartarugas e aos habitats brasileiros. Esse estudo é desenvolvido em parceria com a pesquisadora Mariana Fuentes, da James Cook University, na Austrália.

 
Outro problema que atinge as tartarugas estudadas, identificado na temporada passada, é a desorientação causada tanto a filhotes como fêmeas de tartaruga pela fotopoluição, ou seja, o excesso de iluminação artificial próximo às áreas de desova, que atrai os animais para o lado oposto do mar, muitas vezes causando mortes, sobretudo por atropelamentos. 

O Tamar informou que já contatou a Prefeitura de Linhares para ajustes em refletores e luminárias em pontos onde foram detectadas tartarugas desorientadas. O objetivo é definir uma metodologia para combater tal poluição em áreas de desova, além de aprimorar a coleta de dados e sensibilizar a população para a questão.

 
Outra pesquisa desenvolvida em território capixaba, que tem relação com outras semelhantes na Bahia e em Pernambuco, busca determinar padrões reprodutivos das tartarugas nos ninhos que existem ao redor da foz do Rio Doce, onde as fêmeas são marcadas e recapturadas.
 
A base do projeto em Regência fica localizada em meio à Reserva Biológica (Rebio) Comboios, mesmo local onde a Petrobras instalou os tonéis do Terminal de Regência, que não funcionam devido à baixa produtividade dos campos de petróleo da região. O lugar também é reconhecido internacionalmente como o único ponto de concentração de desovas da tartaruga-de-couro (Dermochelys coricea) e, nacionalmente, como o segundo ponto de desovo da tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) e sofre com os impactos do gasoduto Cacimbas-Vitória, empreendimento da estatal. 
 
O Projeto Tamar foi, recentemente, considerado um exemplo de greenwashing (lavagem verde) com relação à Petrobras, uma das principais patrocinadoras do projeto, pelo pesquisador da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), Marcelo Calazans, em entrevista ao Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

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