Apesar da suspensão da licença da Liquiport para construir novos tanques para armazenamento de combustível e soda cáustica em Paul, Vila Velha, o problema continua ameaçando a vida dos moradores da região. De acordo com pronunciamento do deputado Euclério Sampaio (PDT), na sessão da Assembleia desta segunda-feira (11), há um acordo entre governo do Estado e a empresa para garantir a permanência dos tanques na região.
“Quero saber quem será o Judas que ajudará a empresa a se manter neste enorme aglomerado que é Paul. Eu sou bem informado e sei que há um acordo para tirar os tanques do lado de cima do bairro e instalar embaixo. Espero que o Judas não seja nenhum deputado desta Casa”, cutucou o pedetista.
De acordo com Euclério, apesar da dúvida de “quem será o homem escolhido pelo Estado para trair a comunidade de Paul”, ele irá trabalhar para impedir a permanência dos tanques que ameaçam a vida dos moradores do bairro Paul. “Endosso o pedido dos moradores para que os tanques sejam desmontados e retirados de Paul”, anunciou.
Ainda sim, é grande o receito entre os moradores. Além dos boatos sobre acordos, na região fala-se de uma possível negativa da empresa caso seja determinado que ela saída da região.
O deputado Roberto Carlos (PT) também se manifestou sobre o tema. Ele lembrou que o caso vem sendo analisado pelo o promotor de Justiça Cível da Comarca de Vila Velha, Gustavo Senna Miranda, que se manterá vigilante e em defesa da comunidade local.
Em outubro deste ano, o promotor chegou informou que há uma ação popular tramitando sobre a polêmica que foi instaurado um procedimento preparatório na 14º Promotoria de Justiça Cível de Vila Velha. Segundo ele, diante dos riscos de explosão ou vazamento, é preciso zelar pela segurança das comunidades afetadas, ou seja, deve prevalecer o princípio da precaução.
A permanência dos tanques na região e a construção de novas estruturas chegou a ser analisada pela comissão de Meio Ambiente e de Infraestrutura da Assembleia Legislativa. Participaram da audiência pública s deputados José Esmeraldo (PMDB), Janete de Sá (PMN), Hércules Silveira (PMDB), Roberto Carlos (PT), Euclério Sampaio (PDT) e Gildevan Fernandes (PV). Na ocasião, a posição dos parlamentares diante da sociedade foi pela não construção dos tanques e a extinção dos já existentes.
O Corpo de Bombeiros como do Ministério Público do Estado (MPES) também já reconheceram o risco do empreendimento, reforçando a reivindicação popular de extinguir os tanques de Paul.
Os tanques foram construídos sem qualquer anuência dos moradores e sob denúncias contra a empresa por dificultar o debate com as lideranças comunitárias em busca de um entendimento. Além disso, a comunidade denuncia que a Liquiport não apresentou Estudo de Impacto Ambiental (EIA) nem Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) para licenciar o empreendimento.
Ao todo, os tanques impactam a região da Grande Paul, ou seja, atinge também os bairros de Argolas, Morro do Atalaia e comunidades vizinhas, todas elas envolvidos nas denúncias feitas para frear o empreendimento desde 2007