O tenente-coronel da Polícia Militar José Dirceu Pereira foi nomeado para o cargo em função gratificada de chefe de Centro Administrativo/Ajudância-Geral da PM. O oficial esteve envolvido, em outubro deste ano, em um episódio em que burlou uma blitz de trânsito ao apresentar somente a carteira da PM e dizendo o cargo que ocupava. A famosa “carteirada”.
Na ocasião, ele ocupava o cargo de assessor jurídico do Comando-Geral, mas foi afastado da função após o episódio. Foram abertos dois procedimentos para apurar a conduta o oficial. O primeiro, um Inquérito Policial Militar (IPM), ainda não foi encerrado, assim como também segue um inquérito da Delegacia de Delitos de Trânsito, sob comando do delegado Fabiano Contarato, que continua levantando elementos para concluir o inquérito.
Contarato já teria elementos para indiciar o tenente-coronel por crime de resistência, porque se opôs à blitz; desacato e denunciação caluniosa, pois o oficial procurou a auditoria da PM para denunciar os policiais que o abordaram. O delegado ainda avalia as imagens da casa noturna, que poderão confirmar se o tenente-coronel teria ingerido bebida alcoólica.
Apesar da gravidade do fato e das evidências já levantadas no inquérito, a decisão da Secretaria de Segurança de dar andamento à promoção do oficial parece ter sido precipitada. Mais prudente seria esperar a conclusão do IPM e do inquérito e depois decidir sobre o futuro do policial na corporação.
O caso
Em outubro, o tenente-coronel foi abordado em uma blitz quando saída de uma boate em Vitória. Um vídeo gravado no momento da blitz mostra o oficial impaciente com a abordagem. Ele questionou o praça que participava da operação se sabia quem ele era e apresentou a identidade funcional.
Depois de o oficial sair da blitz, o policial que fez a abordagem ligou para o Centro Integrado de Defesa Social (Ciodes) e registrou a ocorrência. Momentos depois, ele retornou a ligação pedindo para cancelar o pedido, dizendo que havia sido orientado por um superior.