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Roncalli não suporta pressão e deixa a Secretaria de Justiça

Conforme Século Diário adiantou no início da noite (19h07) desta segunda-feira (17), a saída do secretário de Justiça Ângelo Roncalli foi confirmada, por volta das 20 horas, pelo secretário de Governo Tiago Hoffmann. Como também antecipou o jornal,  o governo do Estado acabou confirmando o secretário de Ações Estratégicas André Garcia para ocupar a vaga de Roncalli.

Oficialmente, o governo anunciou que o pedido de demissão partiu do próprio Roncalli, que teria encaminhado a carta de desligamento ao governador Renato Casagrande na tarde desta segunda (17).

Há cerca de um mês, quando o escândalo de corrupção no Instituto de Atendimento Sócioeducativo do Espírito Santo (Iases) veio à tona, a situação do secretário começou a ficar vulnerável.

Desde o início das investigações da Operação Pixote, que já levaram 13 pessoas para a prisão, entre elas a diretora-presidente do Iases, Silvana Gallina, Roncalli passou a ser associado ao esquema montada na autarquia vinculada a Sejus.

Na tarde desta segunda-feira (17), fontes de dentro da Sejus já davam como certa a saída do secretário da pasta. Alguns nomes já estariam sendo cogitados para substituí-lo.

A pressão para Roncalli deixar o cargo teria aumentado na última sexta-feira (14), pois está semana vence o prazo estabelecido pelo Tribunal de Justiça para o Ministério Público Estadual (MPE) apresentar parecer sobre o inquérito da Operação Pixote, que investiga o esquema de corrupção no Iases.

No relatório do delegado Rodolfo Laterza, que coordenada as investigações, haveria indícios de sobra para envolver o secretário no esquema de corrupção montado no Iases. Diante das evidências, não restaria ao MPES outra saída a não ser o indiciamento do secretário.

Para evitar mais desgaste ao governador Renato Casagrande, Roncalli passou a articular uma saída negociada.

Ao tomar conhecimento da saída de Roncalli, aceita de imediato, Casagrande passou a avaliar os nomes com chances de substituí-lo. Na lista de postulantes a comandar a Sejus chegaram a ser cogitados os nomes de dois promotores: Evaldo Martinelli, do Grupo Especial de Trabalho Investigativo (GETI) do MPES, que inclusive participou das investigações que apuraram o esquema de corrupção no Iases, e de Sérgio Alves Pereira, ex-oficial da PM.

Fontes do governo informaram que Martinelli foi o primeiro a ser convidado, mas não teria aceitado o cargo devido à situação instável do sistema Sejus-Iases.

Casagrande acabou optando então pelo plano “B”, e chamou André Garcia. Dos três, Garcia é o que tem perfil mais semelhante ao de Roncalli e, portanto, significa a continuidade no sistema prisional.

Garcia é pernambucano e veio para o Espírito Santo através do então secretário de Segurança Rodney Miranda, que ficou pouco mais de um ano em Pernambuco, na ocasião em que esperava esfriar o escândalo do grampo envolvendo a Rede Gazeta.

Rodney trouxe Garcia na “bagagem” e lhe entregou o cargo de subsecretário de Segurança ainda no governo de Paulo Hartung. Homem de confiança de Rodney, Garcia será fiel aos interesses do deputado estadual Rodney (DEM) e, por tabela, a Hartung, já que os dois, em última análise, são afilhados do ex-governador.

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