Em coletiva à imprensa durante esta terça-feira (10), o reitor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Reinaldo Centoducatte, afirmou que até esta quarta-feira (11), entregará um recurso ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante, na tentativa de reverter a suspensão dos vestibulares dos cursos de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda e Comunicação Social – Jornalismo, suspensos na semana passada.
Segundo Reinaldo Centoducatte, a estratégia é sensibilizar o ministro visto que as notas dadas aos cursos pelo MEC não refletem a qualidade direta dos cursos em questão. “O combate à avaliação do MEC é feita através do boicote, isso é feito há anos e esse ano houve maior adesão, resultando nas notas baixas dos cursos. Vamos pedir uma avaliação in loco e temos a confiança de que temos uma boa produção acadêmica na Universidade”, ressaltou o reitor.
O pedido constará no recurso que, segundo ele, será entregue em mãos ao ministro da Educação. Para o reitor, a estratégia é buscar um diálogo. “Se há críticas ao processo de avaliação vamos apontá-las porque o boicote não é a saída. Mas também sabemos que avaliação é avaliação e estamos submetidos a elas a partir do momento que somos subsidiados por recurso público, devemos esta satisfação à sociedade. Tentamos alertar os alunos sobre este risco”, afirmou Reinaldo.
A Ufes buscará propostas alternativas de enfrentamento, visto que desta forma, quem sai prejudicado é o aluno que visa ingressar nos cursos oferecidos pela instituição.
Além dos alunos do curso de Comunicação, os estudantes dos cursos de Psicologia, Direito, Desenho Industrial, Enfermagem, Arquitetura e Ciências Econômicas já haviam boicotado a avaliação do Enade.
“Um exemplo da força do boicote na nota é o curso de Direito. Nosso curso de Direito é um dos que possuem mais aprovados no exame da OAB, ainda sim a nota da avaliação do MEC foi devido ao boicote. Esse foi o primeiro ano de boicote deste curso, se o ano que vem repetir isso, eles também poderão ser suspensos pelo MEC”, ressaltou o reitor.
De acordo com o reitor, a Universidade respeita a manifestação política dos alunos contra o sistema de avaliação, porém, defende que a medida cria dificuldades e prejuízos para os alunos que pretendem ingressar nos cursos avaliados.
“ Os maiores prejudicados pelo boicote e pela decisão do MEC não são os estudantes da Ufes nem a Ufes, mas sim os jovens que tem o objetivo de entrar nesta universidade”.
Mesmo diante da nota oficial do MEC e caso o recurso não surta efeito, o reitor afirmou que irá buscar a luz dos direitos da universidade para tentar rever a situação, que não está relacionada à qualidade dos cursos em questão.
A Universidade informou também que realizou nesta terça (10) um Seminário sobre o Programa de Avaliação de Cursos da Ufes, onde será apresentado um cronograma de ações a serem desenvolvidas para promover melhorias nos cursos.
O Seminário foi dirigido aos diretores de Centro e pró-reitores, mas os dados sobre as avaliações dos cursos serão disponibilizados até a próxima semana no site da Ufes.