Até que tudo ia bem no início do dezembro: as vendas no Polo de Moda da Glória, em Vila Velha, indicavam um incremento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas aí vieram as chuvas e, em menor escala, a greve dos rodoviários na quarta-feira (18). A greve foi efêmera, mas a chuva, infelizmente, não.
“O baque foi grande, não temos registrado um nível satisfatório de vendas”, diz Gustavo Pacheco, segundo vice-presidente da Uniglória, associação que reúne os lojistas da região. A lógica é óbvia: com as chuvas, os clientes não chegam, mesmo o polo dispondo de fácil acesso.
Pacheco faz uma previsão pessimista para este Natal caso não haja trégua nas chuvas: um impacto negativo de 10 a 15% nas vendas em relação a 2012. Ele diz, no entanto, que os comerciantes se mostram esperançosos com o pós-Natal. Se houver uma pausa nas águas, Pacheco prevê um aumento de 5% nas vendas. “Mas se mantivermos o nível de 2012 já será uma conquista”, diz.
Em Vitória, a presidente da Associação de Comerciantes da Vila Rubim, Celina Pizetta, também aponta uma queda significativa. Ele chega a comparar o atual cenário com o Natal de 1994, ano do avassalador incêndio que consumiu a região. “A situação não é igual, naquela época os comerciantes estavam sem ponto para vender mercadoria, improvisando barracas, e, hoje, eles estão estabelecidos. Mas chega perto”, analisa.
“Ainda não temos números, mas posso dizer que não está com aspecto de Natal”, completa. Os dois dias de chuva e greve de ônibus causaram um grande impacto sobre as vendas.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Vitória (CDL-Vitória), Carlo Fornazier, aponta uma queda vertiginosa na movimentação do comércio de rua da capital: até quinta-feira (19), a entidade já tinha registrado queda de 35% nas vendas em comparação ao ano passado.
Embora ainda deposite alguma esperança numa trégua das águas e, assim, numa eventual recuperação esta semana, Fornazier já considera dezembro um mês perdido. “Sinceramente, não espero uma recuperação”, lamenta. Todos os setores registraram perdas, à exceção dos supermercados.
Informalmente, Samuel Silva Valle, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cariacica (CDL-Cariacica), projeta perdas de 20% em relação ao Natal de 2012, com maior impacto para os setores de moda e material de construção. “Foi frustrante. As chuvas prejudicaram sensivelmente as vendas”, diz.
Com um agravante: o sistema de transporte público da Grande Vitória não favorece o comércio de uma Campo Grande, por exemplo, como acontece em relação à Glória.