Iniciativa bem acolhida pelos ciclistas, embora com algumas sérias ressalvas, o Bike GV já transportou 2.674 ciclistas desde o início das operações, em 18 de novembro. A linha, que faz o trajeto Vitória x Vila Velha, via Terceira Ponte, tem capacidade para transportar 17 bicicletas. São 23 viagens por dia, a intervalos de 30 minutos nos horários de pico. Os dados são da Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV).
“Acho fantástico. Mesmo não sendo o que a gente gostaria que fosse, mostra que está funcionando”, analisa Detinha Son, do movimento Ciclistas Urbanos Capixabas (CUC).
A ciclista reafirma que o bem-vindo projeto não exclui a necessidade de implantação de uma ciclovia ou ciclofaixa na Terceira Ponte. “Nessa chuva, com a ponte engarrafada, as pessoas atravessaram a pé”, exemplifica.
É uma contradição o ciclista ser penalizado pelos constantes engarrafamentos na ponte, uma vez que a bicicleta é justamente uma garantia de mobilidade mais fluida, uma alternativa às retenções de todo dia.
É igualmente contraditório que o ciclista pague R$ 1,25 para cruzar a ponte, enquanto os carros pagam R$ 0,80. Um preço custoso para quem recorre às bikes, especialmente trabalhadores que buscam economizar.
Detinha também critica o ponto do decreto regulatório do Bike GV quanto ao uso da bicicleta cargueira. Segundo o decreto, o compartimento de carga não poderá ultrapassar o limite do “guidom” sendo vedado o transporte de bicicletas adaptadas com equipamento de sonorização, comércio ambulante ou similares. “Isso cerceia o trabalhador de prestar serviço em Vitória ou Vila Velha”, diz.
Detinha também reafirma a demanda pela a alteração dos pontos de embarque e desembarque. Hoje eles estão na Avenida Carioca (ao lado do Terminal do Transcol), em Vila Velha, e na Praça da Ciência, em Vitória. O ideal seria que eles fossem deslocados para, em Vila Velha, as imediações do posto Moby Dick (Praia da Costa, para evitar o trânsito da Carioca) e, em Vitória, a Praça do Cauê (ou Praça do Ciclista, na Praia de Santa Helena).
Ela também volta a cobrar uma rampa de acesso ao ônibus. Os degraus são altos e dificultam o acesso de pessoas de mais idade ao interior do veículo com suas bikes. “Mas os motoristas são dez. Todos que eu peguei são bastante prestativos”, diz Detinha.
Desde o dia 18 de novembro, o Bike GV transportou uma média de 86 passageiros nos dias úteis; nos finais de semana, foram cerca de 200. O dia 23 de novembro registrou o recorde, com um total de 216 passageiros no dia. O serviço funciona todos os dias, a partir das 6h. A última viagem, de retorno a Vila Velha, saindo da Praça da Ciência, é às 20h30.