A unanimidade vai variar para condomínio. Em lugar de termos tudo amarrado numa candidatura só ao governo, na companhia de outra isolada para o Senado, o condomínio vem para fazer uma meia cabeleira. O sentido da direção é o isolamento da candidatura do senador Magno Malta (PR). Feito, de tal forma, que só deixa essa porta aberta para surgir um adversário. Ao mesmo tempo, tira o PSDB do isolamento que o ameaçava, garantindo palanque para o senador Aécio Neves e chances para fazer deputados federais e estaduais. A fórmula é resultado da combinação de estratégias feitas entre Aécio e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Tudo para combater a reeleição de Dilma Rousseff.
Regional
Permite, ainda, que a dupla Aécio/Campos amplie no Espírito Santo os seus espaços, partindo do princípio de que não haverá conflitos. E aumenta o potencial da candidatura de Casagrande, já que o PSDB não tem com quem concorrer.
Flutuante
A candidatura do ex-presidente do Banco de Desenvolvimentos do Estado (Bandes) Guerino Balestrassi ao governo surgiu como âncora em favor de Aécio e dos candidatos proporcionais. Mas ela não saiu do chão e contribuiu mais ainda para o isolamento do PSDB, com forte ameaça às candidaturas do partido à Câmara dos Deputados e à Assembleia.
Ressuscita
A fórmula do condomínio coloca o PSDB de novo no jogo no que tange à disputa estadual, bem como melhora as condições de competição do seu candidato à Presidência da República. Aécio, na verdade, só vai necessitar de uma janela para o eleitorado, que pode muito bem ser feita por um candidato ao Senado.
Qual?
Poderia ser o ex-governador Paulo Hartung (PMDB), que nunca deixou de se intrometer no destino do PSDB no Estado. Só que o ninho tucano já providenciou um candidato próprio, que é o coronel Luiz Sérgio Aurich. Um militar laureado como um dos melhores gestores que passou pela área da segurança no Estado.
Assumido
Não é sem outro propósito que a candidatura do Aurich empolgou o partido. Será capaz de cumprir bem a reserva e o espaço para o Aécio. O nome de maior peso do PSDB, o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas, já se rendeu à candidatura do coronel.
E PH?
Ele é do ramo. Vendo que a unanimidade, que é uma fórmula de sua autoria, ficou imprestável para a sucessão no Estado, já abriu caminho para navegar nessas águas do condomínio. Se me perguntarem como, respondo que ainda não sei.
Vejamos
Ele tinha armado para ser o palanque de Dilma no Estado, garantido a aliança PMDB e PT, com o seu poder de agregação e de enfraquecer a reeleição de Casagrande. Mas Casagrande não arredou da proposta de uma candidatura neutra com relação à Presidência da República.
Vejamos II
Fadado a dar errado, deu certo. Com o jogo feito entre Aécio e Campos, encaixou: o PSB de Casagrande vai de Campos e o PSDB local de Aécio. O problema é Dilma encontrar um palanque capaz de juntar forças para competir com os dois.
Vejamos III
PH vai encarar? Arrisco em dizer que não. Magno resolve? Em termos. Não se esquecendo que o condomínio está sendo feito para pegá-lo na encruzilhada.
Não dá
Magno não joga com o PT, partido da Dilma. E nenhum partido, com certeza, é mais Casagrande do que o PT (com base no que pensam os seus principais dirigentes). Além do mais, em matéria de voto, ele não anda bem das pernas. Tem que jogar em time muito forte.
Agora…
Olho em PH!
PENSAMENTO:
“Não é precisa encarnar uma raposa política para entender de política”. Carlos Marighella