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Aumento do preço da passagem de ônibus na pauta de entidade de prefeitos

Passados quase seis meses após as manifestações populares que tomaram as ruas das principais cidades do País por melhorias no transporte público, a discussão sobre o preço das tarifas de ônibus voltou à baila. Após o recuo no aumento das passagens anunciadas no ano passado, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) defende abertamente um reajuste imediato no valor das tarifas. A entidade pede a ampliação dos subsídios governamentais às empresas do setor como uma forma de financiar a manutenção dos serviços, mesma fórmula adotada para “congelar” as tarifas do Transcol.

Em reportagem publicada no jornal Valor Econômico, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, avaliou que as “cidades não têm dinheiro e as empresas já tiveram arcar com a redução” em 2013. “Ou o governo federal dá subsídio, ou os prefeitos não vão ter como fugir do aumento”, afirmou o dirigente municipalista, que pede a ampliação das desonerações ao setor de transporte coletivo.

No informativo distribuído este mês, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) diz que o aumento das passagens é uma necessidade. “Não há dúvidas de que a situação da mobilidade urbana no país precisa ser tratada por todas as esferas de governo e não apenas pelos municípios, como se o problema fosse apenas local”, diz o texto.

Entretanto, o governo Federal não pretende ampliar a ajuda aos municípios. No ano passado, a presidente Dilma Rousseff zerou a cobrança de PIS e Cofins sobre o faturamento do setor, medida que permitiu uma pequena redução nas tarifas. Na época, a medida garantiu um alívio para os agentes políticos diante dos protestos de junho. No Estado, a tarifa do Transcol caiu de R$ 2,55 para R$ 2,50, enquanto o valor das linhas municipais de Vitória caiu de R$ 2,50 para R$ 2,45.

A FNP defende a aprovação do Regime Especial de Incentivos para o Transporte Coletivo Urbano e Metropolitano de Passageiros (Reitup) pelo Congresso Nacional. O pacote garante novas desonerações ao setor e chegou a ser defendido pelo governo, que depois retirou o seu apoio. De acordo com o Valor, a discussão sobre o assunto deve movimentar a pauta das eleições nacionais e estaduais. A reportagem citou a decisão do governo paulista, que congelou a tarifa de metrô e trem até dezembro, segundo fontes.

No Espírito Santo, o assunto também permeia a classe política local. Neste mês, o governador Renato Casagrande anunciou a manutenção dos valores do pedágio da Terceira Ponte, outro alvo dos protestos, e das tarifas do Sistema Transcol. Apesar de negar qualquer relação entre a decisão ter sido tomado durante o ano eleitoral, o socialista – que deve ser candidato à reeleição – deve evitar maiores desgastes com as redes sociais, na avaliação dos bastidores. Antes do anúncio do congelamento das tarifas, os principais grupos envolvidos nos protestos já articulavam a realização de novos atos.

A questão não é exclusiva aos municípios da Grande Vitória. Nos municípios-polo do interior do Estado, como Colatina (região norte) e Cachoeiro de Itapemirim (região sul capixaba), o aumento no valor das tarifas também repercute entre a população. Em Guarapari, a discussão gira em torno da cobrança na outra praça de pedágio da Rodovia do Sol (ES-060), que ficou de fora dos limites da decisão judicial que decidiu pela redução da cobrança do pedágio na ponte. Os dois trechos são administrados pela mesma concessionária.

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