“Diretor, agora só falta mudar o outro ponto para a Praça do Cauê, hein!”. Meio à brinca, meio à vera, um usuário do BikeGV interpelou à queima-roupa o diretor-presidente Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV), Léo Cruz. Às 9h desta quinta-feira (29), ele estava em Vila Velha dando entrevista para a imprensa e acompanhando o primeiro dia do novo ponto do BikeGV na cidade.
A partir desta quinta, o ônibus passa a sair da rua do Canal, ao lado do Shopping Praia da Costa; o antigo era na Avenida Gonçalves Ledo, ao lado do Terminal do Transcol. O ciclista acima mora em Coqueiral de Itaparica e aprovou o novo local. Sob o ponto de vista da segurança, ou seja, do tráfego sem maiores riscos pelas ruas, ele é um exemplo de que a mudança é boa: ele pega a ciclovia da orla até a altura da Rua Ceará (a do Posto do Moby Dick, na entrada da ponte), de onde pedala até o shopping.
Esse trecho entre a ciclovia e o shopping é pequeno, mas pede atenção, já que nesse horário o trânsito é intenso, estamos no acesso à ponte.
Pelo menos neste primeiro teste feito pela reportagem, o ciclista ganha mais tempo com o ponto ao lado do shopping. E isso foi provado da forma mais chata possível: pouco antes das 9h, um ônibus quebrara em cima da Terceira Ponte, no sentido Vitória. Catástrofe. Quando isso acontece, Vila Velha para, os engarrafamentos se espicham a perder de vista, em todo e qualquer acesso à ponte.
Só para termos uma ideia, o BikeGV gastou cerca de 20 minutos entre o novo ponto e a boca da ponte – pedaço que pode ser tranquilamente vencido em um minuto com o trânsito fluido. Agora imaginem se o BikeGV tivesse partido do antigo ponto.
O primeiro dia no novo ponto também contou com uma pequena contrariedade. Ali era local de estacionamento. Em certo horário, ainda havia carros estacionados. Resultado: o Bike GV teve que parar no meio da rua, comprometendo o tráfego. Faltou uma ação educativa por parte da Prefeitura de Vila Velha. Mas com o tempo os motoristas devem se acostumar ao fato de que o lugar ali está reservado para o BikeGV.
Léo Cruz não fugiu da raia. Apresentou um argumento procedente para relatar o empecilho que é deslocar o ponto em Vitória da Praça da Ciência para o entorno da Praça do Cauê: por estar no acesso à ponte, a região é pressionada por um trânsito frenético, sobretudo em horários de pico. O diretor da Ceturb disse que há um outro local em estudo: o ponto de ônibus na Rua Alaor Queiroz de Araújo, um pouco antes da Aliança Francesa. Mas não confirmou nada.
Mas uma vez evocando o critério “segurança do ciclista”, o ponto da Praça do Ciclista parece ser o local mais adequado, por desembocar já numa ciclovia. O ponto da Alaor Queiroz de Araújo seria de complicado acesso: não há ciclovias ou ciclofaixas, as calçadas são estreitas e fatalmente, uma hora ou outra, o ciclista teria de pegar uma via em contramão.
