A história da capixaba Maria Cecília de Souza, professora de Filosofia e coordenadora de escola municipal em Vila Velha, é uma entre as muitas que estão no site Mortos e Feridos nos Protestos. Realizado colaborativamente pelo Centro de Mídia Independente do Rio de Janeiro (CMI-Rio), o projeto dá visibilidade a casos de violência oficial contra manifestantes do Brasil inteiro ocorridos a partir de junho de 2013.
Encontramos ali a maneira mais simples, fácil e rápida de se espantar com a quantidade de mortos e feridos durante as manifestações. O site organiza cronologicamente os casos.
“Ao contrário da visibilidade seletiva da mídia corporativa, para a qual certas vidas valem mais que outras, propomos aqui um esforço coletivo para trazer à tona rostos e nomes desconhecidos, agredidos, feridos ou mesmo mortos em decorrência do uso da força pelo Estado”, diz, em sua apresentação.
O caso de Maria Cecília foi contado em Século Diário: na tarde do dia 15 de julho, ela foi à Assembleia Legislativa acompanhar a sessão de votação do decreto que suspendia a cobrança do pedágio da Terceira Ponte.
Ela ainda estava do lado de fora quando a porta foi fechada. Fez-se uma confusão, a polícia dispersando manifestantes daquele jeito que a gente conhece. Enquanto descia a escadaria, ela sentiu uma forte pancada na perna. Momentos depois estava deitada em um quarto de hospital para fechar com 18 pontos um talho no joelho. À época, Maria Cecília considerou que o ferimento tenha sido provocado por uma bomba de gás lacrimogêneo.
O comandante-geral da PM do Espírito Santo, coronel Edmilson dos Santos, classificou como “ação de sucesso” a operação policial daquela tarde.