O relatório sobre o incêndio que atingiu o Parque Paulo César Vinha, em março deste ano, foi concluído pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). O próximo passo é a elaboração de um Plano de Recuperação do local.
O Plano será elaborado pela Comissão de Recuperação de Ecossistemas do Iema, em conjunto com a gestão do Parque, e indicará a necessidade de plantio, controle de espécies exóticas – vegetação não originária da região -, e o monitoramento do local. O Iema informou que ainda este mês serão realizadas novas vistorias na unidade para a elaboração do documento.
Ao todo, foram 599 hectares atingidos pelo fogo. Destes, o relatório identificou que aproximadamente 418 hectares eram de região brejosa, área que depende de regeneração natural. Dos 1.500 hectares totais do Parque, mais de 470 são compostos por este tipo de vegetação. A segunda parte mais afetada representa a floresta periodicamente inundada (45 hectares) e depois a aberta de clúsia (33 hectares).
O incêndio começou no dia 20 de março, no limite norte do Parque, na divisa com o bairro Recanto da Sereia (km 29 da Rodovia do Sol), foi controlado dois dias depois e extinto no dia 26. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e das equipes que atuam em Unidades de Conservação gerenciadas pelo Iema atuaram no combate às chamas.
Os técnicos do Iema apontaram como fatores que contribuíram para o alastramento do fogo a direção e a intensidade do vento, o longo período de estiagem, a baixa umidade do ar e a vegetação de brejo. A pouca incidência de chuvas e o grande calor fizeram com que a região de alagado concentrasse grande presença de matéria orgânica na ocasião.
Concluiu-se, também, que o incêndio foi responsável pela morte de um grande número de espécimes e desestruturou comunidades de animais que residem ou se utilizam da unidade em função de mortes ou fugas, cujos mais afetados foram aqueles com baixa mobilidade (formigas, cupins, libélulas, caracóis, cobras, sapos, entre outros).
Mamíferos e aves também foram atingidos pelo incêndio, que provocou danos diretos e indiretos à fauna e flora. Capivaras, ouriços e pequenos roedores foram algumas das espécies com indivíduos encontrados mortos após o incêndio, que também fez com que diversos ninhos fossem destruídos.
Embora os indícios apontem para incêndio criminoso, o Iema não informou sobre as investigações.