Não era intenção de Século Diário compartilhar com os seus leitores as razões pelas quais existe uma infinidade de processos judiciais tramando contra a nossa existência. As tentativas ocorrem desde quando tomou forma de livro – Um novo Espírito Santo: a corrupção veste toga – a série de matérias do jornal denunciando nepotismo, vendas de sentenças, concursos fraudulentos e o domínio do Tribunal pelas clãs de desembargadores. E que não é de agora., já vem de algum tempo e recrudesceu em 2010, com a circulação do livro que ganhou, pela sua contundência e acervo de provas, acolhida nacional.
Até há alguns meses atrás, Século Diário se limitava ao embate judicial. Mas as tramas e a distribuição de processos para as mãos de juízes previamente escolhidos para sentenciarem o jornal revelam o lado oculto da jogada. Não são meramente processos jurídicos, mas políticos.
Com a pretensão clara de inviabilizar Século Diário, diante de sua persistência em revelar as ocorrências que denigrem o Tribunal de Justiça do Estado (TJES). Sem que o tome em sua maioria, fazemos questão de registrar. São áreas menores, mas extremamente dominadoras. Além da existência do chamado “espírito de corpo”, que não deixa de dar a sua contribuição no caso.
Além do mais, trata-se da sequência de uma perseguição que começou quando Paulo Hartung (PMDB) assomou o governo do Estado. Foram oito anos tramando contra a existência do jornal. Foi do seu governo a iniciativa de aumentar abusivamente (não há outro termo para expressar) os orçamentos do Poder Judiciário e do Ministério Público Estadual. Com resultados práticos: nenhuma denúncia contra ele vingou, apesar de cercadas de provas irrefutáveis, como o recente episódio do Posto Fantasma.
São os tais métodos de conquista e partilha de poder. A ele aderiu, logo que chegou ao cargo, o atual procurador de Justiça, Eder Pontes. E da lavra dele, novos processos contra nós. Como de rotina, eles ganham preferência imediata sobre milhares de outros processos. Aliás, a nossa próxima audiência é com Pontes. São duas para serem realizadas no mesmo dia, uma mediatamente a outra. Faz parte dos golpes baixos que já nos habituamos.
São 14 anos de existência do jornal e debaixo desse fogaréu todo. Simplesmente porque adotamos o básico do jornalismo, que é procurar os fatos e noticiá-los como são, sem se importar com quem esteja nele. Isto, que é rotina lá fora, aqui no Espírito Santo é crime, porque dói nos poderosos, os mesmos que estão a buscar o épico final: o desaparecimento de Século Diário.