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Café Literário promove debate sobre a história de Vila Velha

Em comemoração aos 479 anos de Vila Velha, será realizado nesta terça-feira (20) o Café Literário Sesc, na Academia de Letras Humberto de Campos, na Prainha, a partir das 18h30. O evento contará com a presença da escritora Bernadette Lyra, que acaba de lançar o livro A Capitoa, e também do historiador Estilaque Ferreira.   O evento terá com a mediação do jornalista Leonel Ximenes.
 
O tema do Café Literário será Vila Velha: entre a história e a ficção.  O objetivo é discutir questões relacionadas aos primórdios da história de Vila Velha, ainda no século XVI, no momento da chegada e do estabelecimento dos colonizadores portugueses, e dos  personagens que tiveram um papel decisivo neste processo, como Vasco Fernandes Coutinho, o primeiro donatário e fundador da primeira povoação, e o Frei Pedro Palácios, o franciscano que fundou em Vila Velha o culto à Nossa Senhora da Penha, entre outros.
 
Na ocasião, a escritora vai falar sobre seu novo livro, A Capitoa. Segundo ela, a obra nasceu de um sonho, no sentido literal da palavra, em que se perguntava sobre a vida de uma mulher, feita pelo que ela chamou de “três vidas: aquela que se diz que ela teve; aquela que ela bem poderia ter tido; aquela que ela teve, de fato, e não será conhecida jamais”.
 
“Acordei, anotei e me preparei para aproveitar o sonho. Fazendo o que mais gosto de fazer: escrevendo ficção”, disse a escritora. Posteriormente, começou a buscar elementos históricos sobre uma mulher que tivesse vivido no Espírito Santo, no passado e que se encaixasse na frase que eu tinha sonhado. Foi quando chegou a personagem Luiza Grinalda, terceira donatária da capitania do Estado.
 
Após pesquisa, pouca ou quase nada de material foi encontrado. Mas, segundo Bernardette Lyra, alguns traços da passagem de Grinalda por Vila Velha e Vitória ainda estão, por exemplo, no Convento da Penha e outros monumentos antigos. “Então usei a imaginação para recriá-la através desses ‘vestígios’, mesclando a ficção com lugares e fatos ‘reais’”, explica a escritora.
 
Tentando explicar questões de gênero literário, Bernardette conceitua sua obra não como  narrativa histórica, mas “uma brincadeira, uma fantasia sobre a História”. Ela explica que a História do ES foi usada para falar sobre mulheres, suas dores e amores, alegrias e tristezas, sobre os sentimentos femininos, que “podem ser os mesmos no passado e no presente”. “Quis fazer um retrato, ainda que fantasioso, daquela que deu aos capixabas a honra de ter tido a primeira mulher a governar um pedaço de terra no Brasil”, conclui.
 
Serviço
 
Café Literário acontece nesta terça-feira (20), as 18h30, na Academia de Letras Humberto de Campos. Rua Vinte e três de Maio, 83, Centro, Vila Velha

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