Os nomes colocados à disposição do PT para a disputa ao governo do Estado, acompanhados de lideranças do partido, se reuniriam com o presidente nacional da sigla, Rui Falcão, nessa quinta-feira (19), para discutir a movimentação do partido no Espírito Santo. O encontro serviu mais para apresentar o nome de Roberto Carlos, candidato ligado ao presidente do partido, João Coser, à nacional.
O apoio da nacional para o grupo do presidente é importante porque, embora tenha maioria no partido no Estado, Coser joga em um contexto de nomes com mais densidade política que Roberto Carlos, e isso pode pesar na escolha do candidato do partido para a eleição deste ano.
Isso porque Roberto Carlos é deputado estadual de primeiro mandato e disputaria internamente com lideranças de maior peso político. Iriny Lopes é deputada federal em segundo mandato, já disputou a Prefeitura de Vitória em duas ocasiões e foi ministra da Secretaria Especial da Mulher no governo Dilma. Já Givaldo Vieira foi deputado estadual e hoje ocupa o cargo de vice-governador e, mesmo Renato Casagrande tendo assumido o palanque de Eduardo Campos e estar em outro campo de disputa, o petista estará com o peso da máquina ao seu lado até o último dia de governo.
Além deles, estava no encontro o diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guilherme Lacerda, que não participou do encontro como pré-candidato, já que perdeu o prazo para desincompatibilização do cargo e não poderá disputar as eleições deste ano. Ele, porém, tem influência no PT nacional e ajuda nas conversas.
Roberto Carlos entra na disputa como um nome levado pelo presidente do partido, que vai disputar a eleição ao Senado, para cumprir a meta de eleger base para o governo Dilma em um eventual segundo mandato. O imbróglio a ser resolvido até a convenção do partido é convencer o mercado político e a nacional de que a candidatura escolhida terá condições de erguer o palanque de Dilma no Espírito Santo, outra prioridade do PT.
No Estado, diante da incerteza sobe a candidatura do PMDB e da inevitável falta de compromisso do ex-governador Paulo Hartung com a candidatura nacional, o PT lança o nome ao governo. Nos bastidores, porém, a decisão tomada depois de um encontro com o ex-governador levantou a desconfiança de que a movimentação é uma forma de garantir um apoio no segundo turno ao peemedebista, justamente por não ser Coser, o petista mais competitivo, o candidato ao governo.