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Jogo pesado

 
Para não perder o costume em ano de eleição, o filme A Queda – As últimas horas de Hitler já ganhou uma nova versão no Estado e circula entre lideranças do meio político. Ao contrário de 2010, quando o papel de Hitler era exercido pelo ex-governador Paulo Hartung (PMDB), desta vez a história se inverteu e ficou mais longa e pesada. O protagonista passou a ser o governador Renato Casagrande, quem agora teme a candidatura de Hartung ao Palácio Anchieta. No enredo, pouco menos de quatro minutos, quase nenhum assunto ficou de fora. Tem o apoio dos prefeitos a Casagrande; o pedágio e a Rodosol; a “traição” do deputado estadual Marcelo Santos, do senador Ricardo Ferraço e do ex-senador Gerson Camata, do PMDB; a denúncia do posto fiscal…tudo sob a ótica do discurso que favorece Hartung e mostra um Casagrande à beira do abismo. Sem deixar, obviamente, de idolatrar a figura do ex-governador em doses elevadíssimas e tratar as pendengas que pesam contra ele como mentira e denúncia típica de ano eleitoral. Os quatro anos de governo socialista são tratados como um fiasco, o que é reconhecido pelo próprio Casagrande no vídeo. Ah, e tem termos pejorativos, que nem merecem ser citados. Pelo conteúdo da obra, dá para se ter noção do tom que irá nortear a disputa deste ano, caso Hartung entre de fato no páreo. Processo eleitoral já começa contaminado.
 
Jogo pesado II
A construção dos pontos que tentam atingir Casagrande não deixa dúvidas de que foi produzido por quem está inserido no contexto e sabe o que fala. O governo Casagrande já tem conhecimento da existência do vídeo. 
 
Pedestal
Para ser ter uma ideia dos excessos, em certo trecho, diz assim: “o povo não acredita em nada contra esse cara. É um amor e gratidão incondicionais. Já está até na frente das pesquisas, até as que nós contratamos. Vamos tomar carroçada, arriscado perder no primeiro turno”. Palavras de Casagrande/Hitler.
 
Pedestal II
Obviamente, não faltou também aquele velho e repetitivo discurso de “combate” ao crime organizado por Hartung. Daí os produtores ressuscitam, mais uma vez, José Carlos Gratz e até o ex-governador Max Mauro.
 
Não à toa…
Também entrou na roda o ex-prefeito e ex-deputado federal Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), a quem Casagrande afirma ter convencido a criticar Hartung nos jornais – logo ele, o tucano que lidera dentro do partido o movimento pró-Casagrande. Que “coincidência”…
 
Inversão
A todo instante, o objetivo é mostrar que Casagrande jogou baixo até agora para liquidar Hartung, porém, sem sucesso. Os casos do posto fiscal e da Rodosol são tratados como denúncias “plantadas” pelo governador. E o apoio dos prefeitos a Casagrande como resultado de “ameaças” – quem não conhece, que compre!
 
Inversão II
No final das contas, é o governador quem termina dizendo à sua equipe e íntimos – Tyago Hoffman, Paulo Brusque, Valésia Perosini e Luiz Ciciliotti – que será preciso apelar. “Preciso que vocês inventem mais mentiras e denúncias para o período eleitoral”. Sei…
 
Inversão III
E continua: “se perdemos, vou enterrar vocês politicamente, do mesmo jeito que minha carreira será uma vergonha. Perder uma reeleição garantida para o cara que me botou aqui…vou ser vice dele”. 
 
Lembrança
Quando o “quente” não era a internet, o mesmo filme foi utilizado na TV, na campanha ao governo de 1994, contra Cabo Camata, já falecido. Na época, dirigido pela marqueteira Bete Rodrigues e o jornalista e cineasta, também já falecido, Amilton de Almeida.
 
Indentidade
Quem lê Willian L. Shirer, Ascensão e Queda do Terceiro Reich, vai encontrar a essência do nazismo, consequentemente, de Hitler: “o seu nome espalhava o terror”. Há de se convir, que não tem nenhuma relação com Casagrande. Já com Hartung…
 
Infelizmente
A coluna gostaria de compartilhar o vídeo com o leitor, porém, não há ainda postagem no You Tube. Por enquanto, circula pelo WhatsApp.
 
PENSAMENTO:
“Torne a mentira grande, simplifique-a, continue afirmando-a, e eventualmente todos acreditarão nela”. Adolf  Hitler

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