Com a aproximação do prazo para o término das convenções, chega a hora do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) sair da toca. Candidato mesmo ao governo, como é a expectativa geral, ou vai se dobrar aos interesses da unanimidade em vê-lo preterido pelo governador Renato Casagrande? Levando em consideração o período que antecede o final do prazo da escolha das candidaturas, não há, pelo menos à primeira vista, razões para deixar de ser candidato. Está bem nas pesquisas e na conduta perante o eleitorado. Mas na hora em que se mede o estoque de armamentos para uma disputa desta natureza, o principal adversário previsto, o governador Renato Casagrande, arregimenta mais partidos e tem em seu poder uma poderosa máquina eleitoral, que é o governo.
Desarmado
Um jogo duro, que o ex-governador não está acostumado, além de não possuir destreza suficiente para o combate frontal. Hartung sempre foi de armadilhas nos períodos em que antecedem à disputa, com o propósito de inviabilizar o concorrente.
Armado
Casagrande se aproveitou bem desse período e não só puxou para a sua candidatura um bom número de siglas, como também criou condições adversas para o ex-governador, dentro do seu próprio partido, o PMDB.
Unanimidade
Casagrande jogou o jogo de PH, que sempre esteve livre para aprontar e elaborar as fórmulas das vitórias antecipadas, pelas quais, inclusive, criou um projeto de poder para arbitrar os governadores. Tão ousado a ponto de estabelecer prazo de validade – até o ano de 2025, com o rótulo de unanimidade. Método pelo qual ele próprio foi contemplado, com uma reeleição, e Renato com uma eleição.
Unanimidade II
Essa mesma criação do ex-governador é que se volta contra a sua candidatura, sob argumento de que a vez é do Casagrande, e considera a pretensão dele como quebra de projeto.
Unanimidade III
Da parte dos que estão na fila de espera, como o senador Ricardo Ferraço (PMDB), mesmo sendo do partido do ex-governador, manifestou o seu desagrado com a candidatura de Hartung, apoiando a reeleição de Casagrande.
Opção
O que não deveria estar nas cogitações do ex-governador. Assim como a manifestação do núcleo de empresários capixabas que enriquecem no sistema de poder criado no Estado. Fizeram a opção por Casagrande, sob pretexto de que a hora ainda é dele.
Demonstração
Uma intervenção suficiente para demonstrar o que constitui um projeto de poder prestes a fazer 12 anos e ameaça continuar, até que surjam forças políticas suficientes para contê-lo. A não ser que nessas eleições seus atores se comam entre si, num duelo PH versus Casagrande, para desagrado dos empresários parasitas de poder.
Chegando
O STJ negou o recurso do deputado estadual José Carlos Elias (PTB) que garantia sua permanência no mandato. Não há mais jeito de impedir que o ex-governador Max Mauro, seu suplente, assuma a Assembleia Legislativa.
PENSAMENTO:
“Caráter é destino”. Heráclito