A menos de cinco dias para a Convenção estadual do PMDB, que acontece neste domingo (30), a classe política continua vivendo um momento de incerteza e expectativa em torno da candidatura de Paulo Hartung ao governo do Estado. Desde que colocou o nome à disposição da sigla, na primeira quinzena de abril, o ex-governador não falou mais do assunto, aumentando a indefinição sobre sua participação no pleito.
Diante da incerteza, a maioria dos partidos seguiu sua movimentação normal, mas com a proximidade do início do período eleitoral, as lideranças qurem saber como será a configuração do cenário de disputa. Embora dê todos os sinais de que sua candidatura será confirmada, a indefinição do palanque persiste, fazendo com que muitas lideranças duvidem que Hartung submeta seu nome para ser apreciado pelos convencionais.
A primeira dificuldade está em vencer a resistência de parte do partido à candidatura própria. As declarações do senador Ricardo Ferraço e do ex-senador Gerson Camata de contrariedade à candidatura própria deu fôlego dentro do partido ao grupo descontente com a candidatura de Hartung.
A maioria no partido defende a permanência no palanque de Renato Casagrande, visando as composições proporcionais. Hartung hoje dependeria da influência da deputada federal Rose de Freitas, pré-candidata ao Senado, para conseguir a aprovação do partido para a disputa. Outro fator que traz incerteza é a movimentação em relação à vaga ao Senado.
Rose é a candidata do partido ao Senado, mas as movimentações em direção ao PSDB podem levar a uma discussão da composição do palanque. Por enquanto, a costura contempla o ninho tucano com a vaga de vice para o deputado federal César Colnago, mas o PSDB tem um nome colocado ao Senado, o do ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas.
A dificuldade da disputa também aumenta as especulações sobre a entrada de Hartung no pleito. O cenário aponta para uma eleição acirrada contra o governador Renato Casagrande, que tem um palanque reforçado por 15 partidos e trabalha na atração do senador Magno Malta (PR) para seu palanque. Desafeto de Hartung, Malta é um obstáculo que o ex-governador vem evitando enfrentar.
A declaração do presidente do PMDB, deputado federal Lelo Coimbra, de que o fim do prazo das convenções não encerra as discussões e que poderá haver mudanças até o dia 5 de julho, quando acontece o registro das candidaturas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), contribuíram para aumentar o clima de instabilidade no cenário.
Hartung vem dizendo a interlocutores que só vai se pronunciar sobre o pleito na convenção, por isso, a expectativa é de que ele acabe com o mistério neste domingo. Mas há ainda uma outra possibilidade, de o PMDB colocar um nome provisório para protelar a decisão, enquanto o cenário se torna mais claro para a disputa.