Século Diário, que se esmera para fazer um jornalismo combativo com foco nas causas sociais, recebe com entusiasmo o lançamento do Ponte, canal de informação que tem o apoio da Agência Pública — outra iniciativa que deu certo.
O novo canal tratará de temas como segurança, Justiça e direitos humanos a partir de um novo olhar. Iniciativas como as da Ponte ou da Agência Pública se enquadram numa nova modalidade de jornalismo independente que surge pós-processo de crise do jornalismo industrial.
Ponte se propõe a levar ao conhecimento da sociedade informações que muitas vezes são omitidas ou distorcidas pelas chamadas grandes empresas de comunicação.
Julgamos importante registrar o nascimento de iniciativas como essa, porque nos identificamos com causas semelhantes: também acreditamos que ainda é possível fazer um jornalismo de qualidade.
Algumas das diretrizes presentes no manifesto de lançamento do novo canal têm a ver com os desafios que Século Diário vem enfrentado nestes 14 anos de jornalismo.
O manifesto, por exemplo, cutuca a questão dos presídios, tão combatida por nós durante a o governo Paulo Hartung, período em que prevaleceram as violações aos direitos humanos, com dezenas de presos mortos e sequelados num sistema prisional que passou a ser conhecido como “masmorras”.
Ponte também chama a atenção para as mazelas do Judiciário, destacando seu caráter “vingativo contra os pobres e oprimidos; leniente com os privilegiados”.
No caso do Judiciário capixaba, destacamos ainda sua face déspota, que tem funcionado como uma “indústria de indenizações”. Esse sistema perverso tem a missão de perseguir e asfixiar veículos e jornalistas independentes que insistem em fazer um jornalismo honesto e limpo e não se furtam em denunciar os “podres” do Judiciário. Como fizemos a partir de 2008, quando desnudamos o esquema de venda de sentenças, fraudes em concursos e nepotismo no Judiciário capixaba, que ficou conhecido com Operação Naufrágio.
Vida longa, Ponte!