A promessa do candidato à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB), de colocar o Espírito Santo no mapa do país soa como música aos ouvidos de uma fatia expressiva da sociedade capixaba. Para melhor entendimento, podemos dizre que a afirmação reforça uma síndrome, do patinho feio, um complexo, de vira-latas, e uma sensação, de abandono, a que comumente se recorre para desqualificar a relação do governo federal com o Estado.
Certos assuntos – como as obras do Aeroporto de Vitória, no Porto de Vitória, a duplicação da BR-2612 – são copiosamente lamuriados e, mais além, apontados como exemplos inatacáveis de que a União deixa os capixabas à míngua, como se a felicidade do estado dependesse exclusivamente da superação dos tais gargalos econômicos. Não é bem por aí.
Dados de junho de 2014 da Caixa Econômica Federal (CEF) descortinam uma outra realidade. Na área habitacional, as ações são alentadoras. Em 10 anos, houve um crescimento de 310% na oferta de crédito habitacional.
As 5.844 unidades financiadas em 2003 saltaram para 23.968 em 2013. Em milhões de reais, isso representa um aumento de 2.200% – em 2003 eram R$ 93 milhões; em 2003, R$ 2 bilhões. Em menos de cinco anos, o programa Minha Casa, Minha Vida cresceu em mais de 10 mil unidades no Espírito Santo: passou de 833 em 2009 para 13.183 em 2013.
Já o Bolsa Família registra uma expansão de 6.100% na destinação de benefícios ao estado. Em 2003, foram destinados R$ 4,4 milhões em benefícios ao Espírito Santo; dez anos depois, foram R$ 297,2 milhões. Dados de 2013 mostram que 195.487 mil família são atendidos pelo programa nos 78 municípios do estado.
No período e 2003 a 2013, a contratação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para obras de saneamento básico cresceu 1.175%. De 1996 a 2002, foram desembolsados R$ 83 milhões. Já de 2003 a 2013 foram desembolsados R$ 1.192 milhões. Não que Brasília seja mãe extremosa para os capixabas; mas ver ali tão-somente a frieza e a indiferença vai uma boa distância.