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Liquiport descumpre notificação e mantém tanques de combustíveis no Morro do Atalaia

Em abril, os moradores do Morro do Atalaia, em Paul, Vila Velha, até sentiram certo alívio com o anúncio de que a retirada dos colossais tanques de armazenamento de combustíveis seria iniciada naquele mês e concluída em julho. Pelo menos era o que previa o cronograma executivo de desmontagem apresentado pela Liquiport ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).
 
Mas nessa quinta-feira (31) continuava tudo como antes no Atalaia: o receio e a preocupação ainda vizinhos dos moradores, uma vez que os tanques permanecem no local. “Está tudo do mesmo jeito. Não mexeram em nada”, diz Paulo César Froes, presidente do movimento Comunitário de Paul. 
 
Uma reunião da comunidade para discutir o problema está agendada para o próximo dia 7 de agosto, na Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus. Na ocasião, será definido como os moradores irão se manifestar. São cogitados protestos e ações judiciais, como um processo por crime ambiental. “Animais que viviam ali onde estão os tanques estão soltos nas ruas e invadindo as casas”, conta Paulo. Entre os bichos, estão saguis, sarués, gambás e cobras.
 

No papel, tudo correu bem. Em fevereiro, o Iema notificou a empresa para realizar a desmobilização dos tanques. O documento determinava a apresentação do cronograma executivo das etapas de desmontagem, local de acomodação, no interior do empreendimento, das partes desmontadas e componentes dos tanques; e medidas de controle ambiental a serem adotadas durante e posteriormente à desmontagem.

 
Paulo diz que os tanques, instalados em área residencial, ainda assombram os moradores, que temem um acidente. “A estrutura é precária e não é adequada para colocar os tanques”, critica o líder comunitário. Ele também aponta a desvalorização imobiliária: quem vai comprar um imóvel ali para ter como vizinho um grande tonel de combustível? A poluição visual também incomoda os moradores, já que as estruturas vedam todo o horizonte, que dá para a baía de Vitória. 
 
Por nota, o Iema informa que enviou ofício este mês à empresa “solicitando esclarecimentos pelo motivo da atividade ainda não ter sido iniciada”. A Liquiport, no entanto, ainda não respondeu.

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