Uma infraestrutura cicloviária precária põe o ciclista a perigo não tanto em função de ciclovias que não se conectam, mas também por uma sinalização inadequada. Aqui entra o mutirão que acontece neste sábado (16) na Prainha, em Vila Velha, onde cicloativistas da Grande Vitória vão se reunir para uma atividade lúdica e conscientizadora.
Trata-se de um mutirão para fabricação artesanal de placas de trânsito. “Vamos mostrar que é possível uma boa convivência entre quem pedala e quem dirige”, diz a cicloativista Luciene Gozzer, organizadora do evento. Esta é a segunda edição do evento. “Estamos repetindo porque a sinalização para o ciclista é muito precária”, afirma.
Luciene diz que muitos acidentes em Vila Velha poderiam ser evitados se houvesse uma sinalização adequada para proteger os ciclistas. Ela lembra o acidente que vitimou um adolescente em 31 de julho em Santa Inês, Vila Velha. Alysson Loureiro, 14 anos, voltava da escola de bicicleta quando foi atropelado por um caminhão. O motorista não respeitou a distância de 1,5 metro do ciclista, como determina o Código Brasileiro de Trânsito (CTB).
Além dos motoristas, a intenção do evento também é sensibilizar a Prefeitura de Vila Velha em relação ao crescente número de ciclistas que circulam pelo município. Como Vila Velha ainda não possui uma rede cicloviária, os ciclistas ainda são obrigados a ir para a rua enfrentar os carros. “Muitos motoristas respeitam os ciclistas. Mas a maioria, não. O que faz falta mesmo é uma campanha educativa”, diz Luciene.
As placas de trânsito terão discos de vinil como suporte, serão pintadas com tinta spray preta, vermelha e branca e trarão estêncis gentis sobre o importância do compartilhamento de rua entre ciclistas e motoristas.
O evento de sábado é apenas para elaboração das placas. Haverá outro encontro, ainda sem data definida, para fazer uma intervenção nas ruas de maior fluxo de Vila Velha, como as avenidas Luciano das Neves, Champagnat, Henrique Moscoso, Santa Leopoldina e Rodovia Carlos Lindemberg.