O ritmo da capoeira tomou conta de Itaúnas durante os quatro dias do VI Encontro Internacional e Jogos Abertos de A.C.A.P.O.E.I.R.A. O evento terminou nesse domingo (31) com uma grande homenagem ao seu idealizador, o Mestre Capixaba, que completou 40 anos de prática do esporte e de luta em prol da valorização da cultura e arte afrobrasileira.
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“Foi um evento único, pude rever grandes amigos como o Mestre Itabóra, que trabalha nos Estados Unidos, e o Mestre Mudinho, do Rio de Janeiro. Eu não os via havia muitos anos e eles fizeram parte da minha trajetória como capoeirista. Juntos relembramos diversos momentos e cada amigo que estava presente falou um pouco dessas lembranças”, conta o Mestre Capixaba.
O IV Encontro promoveu palestras, oficinas e campeonatos durante os dias 27 a 31 de agosto, em Itaúnas. Para este ano, o mestre convidou profissionais que atuam na Suíça, Grécia, Espanha, Alemanha, Estados Unidos, Suécia, Colômbia e também capoeiristas de diversas partes do País, pertencentes a cerca de 40 diferentes grupos, escolas e associações de capoeira.
Apesar das diferenças entre os grupos, a diversidade acaba sendo um elemento de harmonia. “Antes de tudo, estamos lutando em prol de uma mesma causa, a valorização da capoeira”, diz o Mestre Capixaba. Entre esses momentos de união, Capixaba destaca o “aulão” que aconteceu na praça de Itaúnas, no qual o Mestre Tony Vargas ensinou a arte da capoeira para cerca de 400 pessoas. “Foi um momento inédito nesses seis anos de evento. Havia crianças, adultos, adolescentes e idosos, todos juntos cantando e jogando. Só quem estava lá para entender a dimensão do encontro”, recorda.
Para Jefinho, vencedor da categoria Avançada, o “aulão” também foi um dos momentos mais emocionantes do evento. “O Tony Vargas é um dos melhores cantores e compositores da capoeira que eu conheço e ele consegue contagiar a todos com sua voz e carisma”. Jefinho participa do encontro desde a primeira edição e tem percebido que a cada ano o nível dos capoeiristas convidados é maior e vencer o campeonato tem se tornado um grande desafio.
Jefinho promete que pretende manter o título aqui no Espírito Santo durante os próximos anos, mas para ele, mais importante do que vencer, é aprender com os novos mestres. “Conversei com mestres renomados do mundo inteiro e eles estavam completamente acessíveis ministrando os cursos. Só tenho a agradecer ao Mestre Capixaba, que graças ao seu exemplo e a esses encontros pude me profissionalizar na capoeira. Tenho certeza que todos os seus alunos tem essa mesma admiração e respeito”, afirma.
As oficinas, os cursos e o campeonato de capoeira foram ministrados para três grupos diferentes, o primeiro grupo de corda roxa até marrom, o segundo de verde a azul e o terceiro grupo era o do não avançado composto por crianças e adolescentes. Tudo acontecia ao mesmo tempo, mas em lugares diferentes. “O diferencial do encontro da A Capoeira é essa mistura de grupos e de atividades. Quando há amor pelo que se faz e uma amizade verdadeira a energia positiva vem de forma natural”, resume Mestre Capixaba.