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Mais de 80 filmes estarão em exibição no 21º Vitória Cine Vídeo

 
Em sua 21ª edição o Vitória Cine Vídeo se consolida como o mais importante evento do cinema independente do Espírito Santo. O festival começa na próxima sexta-feira (12) e segue até o dia 17 de setembro. Durante o festival, 80 filmes devem ser exibidos no Theatro Carlos Gomes e no Cineclube Metrópolis, além de oficinas, lançamentos e debates no Hotel Senac Ilha do Boi. 
 
Um dos destaques do Vitória Cine Vídeo é 4º Mostra Competitiva Nacional de Longas, que traz produções bem diversificadas de todo o Brasil. Entre os selecionados está o longa metragem Entreturnos, do diretor Edson Ferreira. O longa-metragem foi produzido com recursos do Fundo de Cultura do Espírito Santo em 2012 e apresenta a história de quatro personagens que moram na periferia capixaba. O filme trabalha questões sociais e morais que permeiam os valores de uma classe operária brasileira.
 
O longa faz a sua estreia no festival e para o diretor é uma honra que seu filme seja exibido pela primeira vez em casa. “Entreturnos foi todo filmado em Vitória e é muito interessante ver o público se reconhecendo nas locações e nos personagens e isso é algo que talvez não acontecerá em outras cidades. Além disso, já era um desejo do elenco rever a Capital capixaba”, diz Edson Ferreira. Entre os atores que trabalharam no filme estão Paulo Roque, Lorena Lima, Luis Miranda e Janaina Kremer.
 
Além de se sentir em casa, Edson também destaca a importância que o festival de Vitória tem em alavancar as produções que são selecionadas para as Mostras Competitivas. “A curadoria sempre escolhe filmes surpreendentes e de temas variados. A Mostra de Curtas também está muito interessante, assisti a algumas obras e percebi uma produção experimental muito interessante”, observa Edson. 
 
 
A 18º Mostra Competitiva Nacional de Curtas também chega com muitos filmes produzidos no Espírito Santo. A começar pelo Vento Sul, da produtora e diretora Saskia Sá. O filme foi contemplado pela Lei Rubem Braga, em 2011, mas a Lei só financiou metade do orçamento do filme. A outra metade só veio três anos depois com o edital de finalização da Secult, em 2013. A falta de verba dificultou e atrasou a produção do curta. 
 
Vento Sul narra o retorno de uma mulher à cidade de Vitória e se passa em uma tarde em sua vida com algumas inserções de flash backs. O filme foi inteiramente rodado em locações no Centro de Vitória, aproveitando os cenários naturais. O elenco e a equipe são todos locais. “O roteiro que eu escrevi tem muito a ver com a minha própria história e com a minha relação com a cidade. O filme marca uma nova fase da minha produtora Horizonte Liquido e é a minha primeira produção autoral. Além do Vento Sul, o curta Exílio também está em fase de finalização e será lançado em breve”, declara Saskia. 
 
A diretora também está muito feliz com a oportunidade de estrear o seu filme no Theatro Carlos Gomes, porque a produção tem uma relação muito forte com o Centro da cidade. “Estrear no Vitória Cine Vídeo também é um retorno às minhas origens, porque o festival contribuiu para a formação de muitos cineastas da minha geração. Na época, não tínhamos o curso superior e nem a internet para termos acesso a produção nacional, a nossa fonte era o festival que trazia realizadores do país inteiro para o Estado para debater o cinema e promover oficinas”, diz Saskia. 
 
Outro diretor capixaba que terá duas obras exibidas durante o festival é Paulo Sena, que participa da Mostra Competitiva de curtas com o Guerra Fria, e o curta Embaraçadas foi selecionado para a 4ª Mostra Quatro Estações, com produções que abordam a temática da diversidade sexual. Ambos financiados foram financiados por recursos da Secult. 
 
Paulo explica o filme Guerra Fria como uma provocação: É igual no teatro. Um personagem precisa morrer para nascer outro. E o ator se aproxima de si mesmo. O diretor está ansioso para a reação das pessoas e espera que todos gostem e compreendam o filme. Paulo também acredita que o Vitoria Cine Vídeo é uma importante vitrine para o cinema brasileiro independente e é onde o público conhece de fato os realizadores e as suas obras. “É de fato um dos eventos mais esperados pelos realizadores audiovisuais capixabas”, declara.
 
 
Já o Embaraçadas começou a sua trajetória fora do Brasil, já foi exibido em uma mostra de mercado em Cannes, na Colômbia, em São Paulo, e agora está rumo a Barcelona, Venezuela e ao Equador. No estado, o filme será exibido pela primeira vez no festival. “Vai ser interessante vê-lo dentro do Theatro Carlos Gomes justamente porque há uma cena gravada dentro do teatro. É o teatro sendo ocupado pelo cinema de duas maneiras diferente, como espaço de exibição e como cenário”, comenta. 
 
Entre as produções realizadas por capixabas também está o curta A Cor do Fogo e a Cor da Cinza, do André Félix. O filme é uma produção da Pique-Bandeira financiada pelo Fundo de Cultura do Estado. O curta também foi filmado no Centro de Vitória. O documentário conta a história de Wagner que idealiza um canal de televisão feito de papel e lápis de cor. Após 11 anos e mais de 70 novelas transmitidas, Wagner dirige pela primeira vez atrizes reais.
 
Depois de estrear na Mostra Tiradentes, em janeiro, o documentário de André segue carreira com exibições no Goiânia Mostra Curtas, no Diálogos de Cinema de Porto Alegre e no Festival de Vitória. O curta já participou do Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Kinoforum, e de lá saiu com o Troféu ABD-SP de Destaque da Mostra Brasil. A produtora Pique-Bandeira também irá exibir mais duas produções no Festival de Vitória: Vitória F.C., de Vitor Graize e Igor Pontini, e Pela Janela, de Diego de Jesus, ambos integram a 3ª Mostra Foco Capixaba. 
 
Além das duas tradicionais mostras competitivas, também integram o festival a 3º Mostra Foco Capixaba, com o melhor do cinema local; a 3º Mostra Corsária, com filmes que apresentam pesquisas de linguagem da estética cinematográfica; o 15º Festivalzinho de Cinema, voltado para o público infanto-juvenil; a 1ª Mostra de Animação, com o melhor do cinema brasileiro de animação; e a Mostra Outros Olhares, com seis documentários capixabas. 
 
O Festival
 
O Festival de Vitória – 21º Vitória Cine Vídeo tem como curadores o professor universitário e pesquisador Erly Vieira Jr.; o diretor e crítico de cinema Rodrigo de Oliveira; e a programadora audiovisual Rosemeri Barbosa. Para a Diretora do VCV, Lucia Caus, o Festival de Vitória é um espaço de promoção do audiovisual nacional e um instrumento para fazer os filmes chegarem ao público. “Além da difusão de filmes brasileiros, o festival é um momento de intercâmbio e que oportuniza a reciclagem dos profissionais capixabas”, afirma Lucia.
 
Ao todo, serão exibidos quase 80 filmes, nos gêneros documentário, ficção e animação e nos formatos de curta e longa-metragem, que foram escolhidos entre mais 400 produções vindas de todo o Brasil. Os homenageados desta edição são o ator e diretor Paulo José, e a atriz e jornalista Glecy Coutinho. O encerramento do evento será com a exibição de Macunaíma, longa-metragem de 1969 dirigido por Joaquim Pedro de Andrade e considerada um clássico do cinema brasileiro.
 
 
Serviço
 
O 21º Festival de Vitória começa nesta sexta-feira (12) e segue até quarta-feira (17), no Theatro Carlos Gomes. Entrada Gratuita

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