Seguindo o modelo da Virada Cultural Paulista, mas em proporções bem menores, a primeira Virada capixaba começa neste sábado (13), às 17h, e segue até o domingo (14). Serão 24h de um circuito de atrações culturais que vão ocupar diversos pontos do Centro da Cidade. Ao contrário do exemplo paulista, não haverá atrações acontecendo ao mesmo tempo, os eventos aconteceram um de cada vez seguindo uma programação determinada pela Prefeitura de Vitória.
“Escolhemos o Centro como endereço por acreditar na vocação cultural da área e também pensando no carinho que o público interessado em arte costuma ter pela região histórica da cidade”, diz a secretária de Cultura, Ana Laura Nahas. O público será guiado pelo local por um corredor cultural, que começará na Rua Barão de Monjardim, passando pela Casa Porto, pela Fafi, pelo Museu de Artes do Espírito Santo e pelo Theatro Carlos Gomes e chega à região da Rua Sete de Setembro.
A cantora paulista Céu irá abrir a noite com o show do seu álbum mais recente Caravana Sereia Bloom (2012), o show será um revival da Serenata Inversa da Casa.Lab Infinitas, evento cultural que aconteceu em dezembro do ano passado e também reuniu uma série de artistas, pesquisadores e músicos de Vitória e de diversas partes do Brasil durante uma semana de programação. O show começa a partir das 17h e será na própria Casa.Lab, que fica na Rua Barão de Monjardim.
Seguindo para a Casa Porto, o público vai poder conferir o cantor Zeca Baleiro e a reunião de vários nomes em homenagem ao cachoeirense Sérgio Sampaio e a mistura de alegria e descontração no samba de raiz do grupo 522.
Também fazem parte da programação o instrumental de Edu Rosa, uma performance poética do ator Markus Konka, o congo da banda Panela de Barro, o cortejo do Grupo Folgazões, sessão especial de cinema dentro do Festival de Vitória – 21º Vitória Cine Vídeo, além de uma homenagem a Valter Vieira, o popular Golias, uma das maiores referências do mercado capixaba quando o assunto é disco de vinil e que em 2015 completa 50 anos de atividades profissionais.
“A Virada é uma possibilidade de divulgar a produção cultural de Vitória e também promover o intercâmbio com artistas nacionais que de alguma forma dialoguem com a cultura produzida na cidade. Acreditamos no intercâmbio como maneira de enriquecer a arte e nas consequências positivas que um evento desse porte deixa para a cena local”, afirma a secretária.
Ana Laura Nahas também garante que o evento procurou envolver a maioria dos produtores individuais e coletivos que já atuam no Centro, como por exemplo o tradicional Beco das Pulgas, que realizará uma edição especial na Rua Sete durante o evento. E para a concretização da Virada também houve dialogar com a Associação de Moradores e Amigos do Centro e com os bares do entorno.
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Virada alternativa
Entretanto, alguns coletivos e grupos artísticos que atuam na cidade não se sentiram contemplados com o evento. Entre eles estão alguns representantes do movimento hip hop que decidiram fazer um evento a parte: A Virada Cultural do Rap. O festival também acontecerá neste sábado (13), a partir das 19h, na Escadaria do Rosário, no Centro da cidade.
“A Virada do Rap surgiu a partir do momento em que a Prefeitura de Vitória se esqueceu de encaixar a cultura hip hop na primeira Virada Cultural de Vitória. A princípio seria apenas um manifesto para celebrar o hip hop, mas a ideia começou a crescer e a tomar proporções que não imaginávamos”, explica Gabriel Soniq, um dos organizadores da Virada alternativa.
A Virada do Rap vai contar com mais de dez atrações, entre ela os grupos e os rappers: Nata (RJ), Suspeitos na Mira, Anomia, Fora do Padrão, Lacuca288, Soniq, Bocaum & ld Fli, Mano Feijó, W-nine, Melanina, Delta 9 e Gengi Gang. A ideia é seguir com o evento até as 2h da manhã.
A Virada é uma iniciativa independente e organizada por um grupo de amigos, que mobilizaram os artistas e estão usando os próprios equipamentos de som e de estrutura para ocupar a cidade com mais cultura. “Na verdade o evento é mais uma confraternização da nossa cultura e mostrar que o Hip Hop pode salvar e abrir a cabeça de muitos como aconteceu no meu caso”, afirma Soniq.
Além dos shows, a escadaria do Rosário também será tomada por exposição de telas dos artistas Moska, Bispo e Kika; com os beatboxers Rodolfo, Kain e Voodoo; e com os DJs Jack, Jone BL e Alien. A apresentação do evento será feita pelo MC Jack da Rua, que vai comandar uma Batalha de MCs, que receberá inscrições até as 20h.