“A batida do tambor e o canto doce da corneta são cercados de mistérios que se confundem com as figuras femininas. Mulheres do Congo procura desvendar esses segredos”, assim Sandy Vasconcelos resume o seu documentário, produção que realizou em conjunto com a roteirista Sandra Temistocla. A obra foi selecionada para o 21º Festival de Vitória e será exibida neste sábado (13), às 17h, no Theatro Carlos Gomes.
Sandy conta que percebeu um grande número de obras que abordavam a história do congo de Roda D’Água, mas sentia falta da presença feminina, que via sempre muito forte e ativa nas festividades. Para Sandy, o curta procura fazer um retrato das mulheres que vivem o congo, mas é também um retrato da mulher brasileira que trabalha e luta para manter viva a sua identidade.
“Sempre gostei do congo e quando li o roteiro da Sandra, que se chamava Mulheres Congueiras: O Império Feminino, a história me atraiu muito. É muito importante ter esse registro pelo olhar da mulher, principalmente por ser um universo tão dominados pelos homens”, diz.
Mulheres do Congo foi produzido com incentivos da Lei João Bananeira e tem como cenário a cidade de Cariacica, onde Sandy teve contato pelo primeira vez com o congo. Ela conta que ficou durante um ano e meio convivendo junto com as mulheres e coletando os depoimentos. “Eu gosto de fazer filmes bonitos e Mulheres do Congo e um deles”, diz Sandy, a diretora foi vencedora do Troféu Marlin Azul com o filme Você suportaria?, no Festival de Vitória em 2013.
Uma das entrevistadas do documentário é Maria da Penha Teixeira, mais conhecida como Dona Darinha, é a única mulher mestre de congo do Brasil. Com 60 anos de idades, Dona Darinha está à frente da banda de Roda D’Água de Boa Vista há mais de 30 carnavais.
O filme já foi exibido na comunidade e Sandy conta que todos presentes se emocionaram muito. A ideia, segundo Sandy, é que depois do festival o filme volte a ser exibido em Cariacica e a comunidade faça uma grande festa em roda D'agua.
Mulheres do Congo faz parte da mostra Outros Olhares, sessão especial que dará destaque à diversidade da produção capixaba com exibição de documentários que retratam várias regiões do Espírito Santo. As produções ainda concorrem ao troféu Marlin Azul.
Serviço
Exibição do documentário Mulheres do Congo será neste sábado (13), às 17h. Sessão única que integra o 21º Festival de Vitória, no Theatro Carlos Gomes. Entrada Gratuita