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Depois de destruir, Prefeitura de Vila Velha anuncia plantio de mudas no Morro do Moreno

Neste domingo (21), é lembrado o Dia da Árvore e a Prefeitura de Vila Velha já anunciou que vai promover “atividades voltadas para a conscientização ambiental”, entre elas, a distribuição, plantio e doação de mudas nativas nas proximidades do Morro do Moreno. Foi neste mesmo local que, no começo deste mês, a própria prefeitura desmatou uma área de encosta de aproximadamente 2,5 mil metros quadrados, onde sobreviviam árvores de cerca de 15 metros de altura. Uma contradição entre a ação passada e a pretensão futura, como sinaliza Lupércio Araújo, do Instituto Orca.
 
“Políticos e militantes adoram fazer essas ações pontuais, sendo que o cuidado com o meio ambiente tem que ser diário. Não adianta plantar uma árvore hoje, se não há garantia de que ela permanecerá crescendo naquele local. A teoria que é pregada não bate com a prática”, considera.

O ambientalista é morador do entorno do Morro do Moreno e foi um dos primeiros a denunciar a retirada das árvores, feita para a construção de um estacionamento planejado para atender à demanda do Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo (Crefes), situado à esquerda do local desmatado. 

 
Lupércio descreve que desde os anos 1980, quando iniciou sua militância ambientalista, ações eleitoreiras como estas são comuns no município de Vila Velha que, em geral, trata o meio ambiente como um setor de descaso. Ele lembra que se faz justamente o contrário daquilo que se prega em teoria, já que a própria prefeitura não verificou a própria legalidade do desmatamento antes de começar o corte das árvores, tomando a atitude apenas quando a ação foi findada. O próprio Morro do Moreno é exemplo disso, como ilustra o ambientalista.
 
“Nenhuma gestão municipal teve ainda a capacidade de tratá-lo como uma unidade de conservação, que é no que ele deveria se transformar. A área tem beleza natural, mas não é preservada e não tem estrutura de acesso para visitantes. Os acessos são ruins e os riscos são grandes. Definitivamente, não há motivos para comemorar este Dia da Árvore”, classifica.
 
No começo do mês de setembro, quando o desmatamento da área começou a ser feito, Lupércio declarou que “o Estado está dando o exemplo de como acha que se deve cuidar da natureza”. O ambientalista lembrou, ainda, que a encosta desmatada é parte da área de escoamento de toda a água da porção leste do Morro do Moreno, onde antes da urbanização da cidade de Vila Velha existia um rio, o que representa um risco para os moradores do local e, principalmente, para os pacientes e funcionários do Crefes. Sem a proteção da encosta, a área se torna ainda mais vulnerável a pedras e grandes quantidades de terra que podem despencar do morro com as fortes chuvas. As construções em volta correm o risco de serem atingidas e, além disso, as galerias podem ser entupidas e dificultar o escoamento das águas.

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