A presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) Simone Chieppe apresentou em coletiva de imprensa nesta terça-feira (23) os investimentos do Novo Transcol. Para ela, o sistema de transporte público rodoviário na Grande Vitória está vivendo um momento novo, a partir da entrada em vigor, em agosto, do contrato de concessão do Transcol. “É uma virada de página”, disse, destacando que, até o final do ano, o sistema receberá investimentos de R$ 170 milhões.
O novo sistema entrará em um processo de renovação e ampliação da frota, com a inclusão de 567 novos ônibus até o final de 2014, dos quais 548 são convencionais, 17 articulados e dois micro-ônibus. Todos os veículos vêm equipados com elevadores para cadeirantes.
Outras novidades apresentadas incluem lojas de atendimento em todos os terminais, com novo layout (a primeira loja vai funcionar no Terminal de Jacaraípe); parcerias com redes de farmácias e supermercados para a venda de créditos do cartão bilhetagem e do Cartão Turista; um sistema de identificação facial (biometria facial) para beneficiários de gratuidade com o fim de reduzir as fraudes (cerca de oito cartões vale-transporte são bloqueados por mês em função de fraudes).
Ela destacou também a questão da tarifa única: com um só valor, hoje R$ 2,45, o usuário poderá ir de Praia Grande, em Fundão, até o trevo de Setiba, em Guarapari, em um percurso de 120 quilômetros, a partir da entrada em operação, neste domingo (28), da linha 672 (T. Itaparica/Trevo de Setiba). “A gente tem que tirar essa coisa de que ônibus é vilão. O transporte público é solução, ele é condutor de desenvolvimento”, disse.
A implantação do Sistema BRT (vias exclusivas para ônibus), projeto de mobilidade urbana do governo estadual, foi lembrada. O usuário, frisou, deseja um serviço bem prestado, uma tarifa razoável e conforto, o que, traduzindo, significa velocidade. “E isso só o BRT vai proporcionar. É o melhor custo-benefício”. Ela criticou o VLT (veículo leve sobre trilhos), defendendo que o modal não é adequado para o transporte de massa.
A ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual (MPES) contra a Boa Viagem Locação de Veículos Ltda, a Viação Praia Sol Ltda e a Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV), por conta da pane que atingiu um ônibus na subida da Terceira Ponte em direção a Vitória na última semana, também foi tema da coletiva. A pane redundou em engarrafamentos monstruosos em Vila Velha.
Simone classificou a ação civil pública de “sensacionalismo em cima de coisas cotidianas”. Os ônibus do Transcol têm um percurso médio mensal (PMM) de cerca de oito mil quilômetros mensais, fato que, segundo ela, os expõe a panes. “Se toda vez que quebrar ônibus, você ter uma ação civil púbica… Acho que tem coisas mais importantes”.
Os consórcios Atlântico Sul e Sudoeste, vencedores da concorrência pública, são formados por 11 empresas e vão dividir a operação na Grande Vitória. Formado pelas empresas Metropolitana, Praia Sol, Serramar, Vereda, Santa Paula e Serrana, o Atlântico Sul vai atuar na parte litorânea da Grande Vitória, nos municípios de Vila Velha, Vitória e parte da Serra. O consórcio vai atuar em 166 linhas e sublinhas com até 813 ônibus (incluindo frota reserva).
O Sudoeste, que tem as empresas Santa Zita, Granvitur, Unimar, Satélite e Nova, vai atuar no trecho continental, abrangendo Cariacica, Viana, Vitória e região oeste da Serra. O consórcio vai operar 157 linhas e sublinhas com 845 coletivos.