Dois temas que aparecem de forma constante nas propagandas eleitorais e projetos dos candidatos, principalmente dos proporcionais, são família e redução da maioridade penal. A escolha desses assuntos não é por acaso e na maioria das vezes nem por convicção, com os índices de violência em patamares alarmantes no Estado e um eleitorado bastante conservador, falar desses temas conquista o eleitor.
Há muito tempo que a eleição no Espírito Santo deixou de ser um momento de discussão de políticas realmente estruturantes, que possam trazer o desenvolvimento social e a melhora da qualidade de vida da população. O atrapalhado 15 segundos dos candidatos, o importante é usar estratégias que pareçam milagrosas e todo mundo tem uma fórmula.
Como parte do eleitorado não entende muito bem quais os limites da atuação da classe política, vale tudo, inclusive candidato a deputado estadual prometer que vai reduzir a maioridade penal, cláusula pétrea da Constituição, que precisa de uma mobilização do Congresso Nacional para iniciar o processo.
Mas o tema está na moda e acaba enganando quem não tem acesso à informação. Outro discurso que pega fácil é o da família, assim mesmo, de forma mais genérica possível. Dizer que defende a família não significa defender emprego para os pais e mães, escolas de tempo integral para as crianças, atendimento à gestante, acompanhamento psicossocial para as famílias em risco social.
Ser “defensor da família” significa ser homofóbico e com ideias reacionárias para o combate à violência. É mais fácil procurar um caminho com fórmulas mágicas para alcançar o voto do que discutir a fundo os problemas sociais que levaram o Espírito Santo a situação em que se encontra.
Fragmentos:
1 – O Centro Acadêmico Livre de Administração (Calad), com apoio da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), promove na terça-feira (23), às 17 horas, o debate entre os candidatos ao governo. Todos os candidatos foram convidados.
2 – Bom, na reunião para o sorteio, as assessorias de Renato Casagrande (PSB) e Paulo Hartung (PMDB) não compareceram, mas justificaram.
3 – Faltam apenas 13 dias para a eleição 2014 e o clima deve esquentar entre os candidatos ao governo do Estado.