Dos 35 deputados federais eleitos no domingo com seus próprios votos, nenhum é capixaba. Nem mesmo o deputado federal eleito Sérgio Vidigal (PDT), que teve a maior votação do Estado, com 161.744 votos, alcançou a marca projetada para o Espírito Santo, de 179.447, tendo como base o número de votos válidos para as 10 vagas do Estado.
O segundo colocado na disputa, Lelo Coimbra (PMDB), ficou bem abaixo da média, com 94.759 votos. O que ajudou os candidatos foi o alto número de abstenções, que ficou em 18,91%, baixando o teto de votação. Mas essa não foi uma realidade apenas do Espírito Santo. Ao todo, dos 513 deputados eleitos no Brasil, apenas 35 conseguiram alcançar o quociente eleitoral projetado para seus estados e se elegeram com seus próprios votos. A maioria foi de São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil.
Na disputa estadual, a situação se repetiu. O deputado estadual mais bem votado foi Amaro Neto (PPS), com 55.408 votos, bem abaixo da projeção do quociente eleitoral para deputado estadual, que é de 67.899 votos. O segundo colocado foi Theodorico Ferraço (DEM), com 49.366 votos.
O retrospecto de Vidigal, embora tenha sido muito comemorado, ficou abaixo da expectativa do mercado político para seu principal reduto, o município da Serra, onde ele conseguiu 96.968 votos, bem abaixo dos 150 mil esperados pela classe política.
O deputado estadual Vandinho Leite (PSB) também decepcionou no município, apesar da alta votação. Esperava-se que o candidato saísse da Serra com 50 a 60 mil votos, mas dos 86.506 mil votos conseguidos no domingo passado, apenas 25.313 vieram do maior colégio eleitoral do Estado e seu principal reduto. Vandinho, no entanto, não conseguiu uma cadeira na Câmara dos Deputados.
No caso da Serra, é válido destacar o número de votos brancos que foi de 20.834 (8,71 % dos votos) e nulos 11.753 (4.96%), o que influenciou na disputa.
Rivalidade
Outro fator que chama a atenção do mercado político é a rivalidade entre Vidigal e Audifax. Em 2010, Audifax foi o deputado federal mais bem votado do Estado, alcançando 161.856 votos, 112 a mais que Vidigal nesta eleição. Na Serra, o atual prefeito alcançou, naquele momento, 93.797 no município.
Em 2010, houve um cenário diferente, Audifax enfrentava indiretamente Vidigal, que estava à frente da prefeitura, por meio da candidatura da deputada federal Sueli Vidigal (PDT), que foi a segunda mais bem votada do Estado, mas na Serra obteve 50.902 votos. Este ano, Audifax apostou em Vandinho e o desempenho dele foi pior.