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O ???coxismo??? venceu

Em junho e julho de 2013, as ruas ficaram repletas de pessoas, cada uma com um cartaz questionando “tudo que está aí”. Um movimento difuso que colocou o Espírito Santo em destaque nacional pela maior concentração proporcional de manifestantes do País e criou expectativas em relação aos efeitos de toda aquela efervescência no processo eleitoral deste ano.
 
Uma rápida pesquisa no site do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), porém, mostrou uma realidade totalmente diferente. Um levantamento preliminar identificou 190 parlamentares ligados à classe empresarial. Ao mesmo tempo em que a bancada sindical perdeu força no Congresso, diminuindo metade de seus parlamentares.
 
O departamento aponta ainda o aumento de parentes mais próximos como pais, filhos e cônjuges como herdeiros eleitorais do parlamentares. Já foram identificados 82 parlamentares na bancada evangélica. A bancada feminina cresceu apenas 10%, sendo que no Espírito Santo nenhuma mulher foi eleita para a Câmara e essa foi a primeira vez que o Estado elegeu uma mulher para o Senado.
 
Embora o movimento de rua rejeitasse a política institucional, 29,45% dos parlamentares conseguiram se reeleger. No caso da Assembleia Legislativa, metade do plenário permaneceu, inclusive, alguns dos que participaram do movimento dos 15 deputados que se reuniram fora da Assembleia na época da oposição para barrar a queda do pedágio da Terceira Ponte. 
 
O diretor do Diap, Antônio Augusto Queiroz, em entrevista ao Estadão, disse que o aumento de militares, religiosos, ruralistas transformou o Congresso Nacional no mais conservador do período pós-1964. 
 
Daí o erro dos partidos de esquerda que tentaram identificar suas campanhas com o movimento das ruas nesta eleição. O grupo que militava ideologicamente em 2013 era muito pequeno e não produziu lideranças em condições de aumentar a representatividade social no poder institucional. A grande massa na rua assumiu a face “coxinha” do movimento e não gerou nada, aliás, gerou o aumento da despolitização da sociedade e teve efeitos sobre a eleição deste ano, sim, efeitos desastrosos. 
 
 
Fragmentos:
 
1 – Os deputados federais Carlos Manato (SD) e Jorge Silva (Pros) fizeram seus deveres de casa direitinho. A composição garantiu a reeleição de ambos, que era considerada difícil. 

2 – Aliás, Manato tem se especializado em surpreender a classe política, que a cada eleição, desde 2006, vem colocando o deputado entre os com dificuldade de se reeleger. 

3 – Chamou a atenção inclusive a votação do parlamentar na Serra, reduto em que ele surgiu, mas que depois foi excluído pelo ex-prefeito Sérgio Vidigal (PDT). Manato teve uma boa votação no município, mostrando que ainda tem recall por lá.

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