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Bola cheia

 
 
Embora o ex-deputado federal Luiz Paulo Vellozo Lucas seja, hoje, no Estado, o tucano mais próximo do presidenciável do seu partido, Aécio Neves, quem está com tudo no PSDB é a ex-deputada federal, Rita Camata. Integrante da equipe que elaborou o programa de governo de Aécio na área social, ela faz parte da lista de colaboradores que terão espaço garantido num eventual futuro governo. Em favor dela há, ainda, o fato de não ter se inserido nas confusas articulações do PSDB no Estado, que tirou da mão de Luiz Paulo uma candidatura ao Senado, para compor com o governador eleito, Paulo Hartung (PMDB), movimento puxado pelo presidente regional do ninho tucano, César Colnago, futuro vice-governador. Ao contrário das principais lideranças políticas do palanque de Aécio, inclusive do próprio PSDB, que desdenharam da candidatura do presidenciável quando ele estava em queda brusca, Rita Camata se manteve coerente durante todo o processo eleitoral. Além disso, tem credencial de sobra para assumir um posto de destaque na gestão. Nos seus quatro mandatos, foi uma das parlamentares mais atuantes da Câmara dos Deputados. Pelo conjunto da obra, será recompensada. 
 
Conveniências
A postura de Rita, aliás, foi bem diferente da adotada por seu marido, o ex-senador Gerson Camata (PMDB). Ao lado do senador Ricardo Ferraço (PMDB), Gerson verbalizou, de forma incisiva, a insatisfação dos históricos do partido em relação à candidatura de Hartung, que queriam fechar com o governador Renato Casagrande. Pouco tempo depois recuou, assim como Ferraço, e estendeu tapete vermelho para o governador eleito. 
 
Conveniências II
Quem também protagonizou cenas como essas foi o próprio Luiz Paulo. Após liderar o racha no partido ao defender sua candidatura ao Senado na chapa de Casagrande, criticou publicamente Hartung, mas, depois, foi obrigado a ser curvar a ele, como de hábito. Inclusive no momento em que Hartung abandonou o palanque de Aécio no Estado, porque não o interessava apoiar o candidato que aparecia atrás do ranking presidencial. 
 
Divergência
O que chama atenção nessa história da Rita é que o ponto mais conflitante que ganhou destaque nesses últimos dias, a maioridade penal, a coloca em lado oposto a Aécio. Relatora do Estatuto da Criança (ECA), Rita considera que endurecer as penas é ilusão e um discurso que serve para tirar o foco do problema. Já Aécio, mesmo após apelo de Marina Silva (PSB), não abre mão da proposta. 
 
Porta aberta
Não significa, é claro, que Luiz Paulo não poderá ganhar um cargo no governo do PSDB. Pelo contrário, ele também é um candidato natural à vaga. 
 
Estratégico
O anúncio do coordenador da equipe de transição do governo, Haroldo Rocha, de que o foco principal dos trabalhos, neste momento, será o problema das chuvas, é mais um indicativo do esforço que Hartung fará para reerguer o prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda (DEM). Primeiro: o município é o que mais sofre no período; segundo: foi exatamente aí que o demista se queimou, no ano passado, com a fatídica viagem a Nova Iorque. 
 
Absurdo
Se confirmada a informação de bastidores e o deputado federal reeleito, Lelo Coimbra (PMDB), assumir uma pasta no governo Hartung, para atender à pressão do presidente da Assembleia, Theodorico Ferraço (DEM), será o cúmulo do cúmulo. Os eleitores de Lelo, o segundo mais votado na disputa, com 94.759 votos, não elegeram Norma Ayub (DEM) para a Câmara dos Deputados. Esse tipo de jogada deveria ser proibido. 
 
Alvo
O destino de Casagrande é uma grande interrogação. No momento, só se sabe de uma coisa: é um “quase” inimigo de Hartung, que chegará ao governo e, certamente, tentará arrebentá-lo. A essa altura, o governador eleito já até planejou o ataque. 
 
Agora?
Enquanto o Cais das Artes era um elefante branco deixado de herança por Hartung para a gestão atual, ninguém apareceu por lá para uma visitinha, como fez nesta segunda-feira (13), o senador Ricardo Ferraço (PMDB). Aí tem…
 
140 toques
“Marina, ao aderir ao projeto neoliberal do PSDB, citou Bauman, dizendo que estava parodiando uma frase sua. É para rir ou chorar? Não entendi”. (Deputada federal Iriny Lopes – PT – no Twitter).
 
PENSAMENTO:
“A base do otimismo é o poder absoluto”. Oscar Wilde

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