Ele aponta que o plano da gestão de Rodney Miranda (DEM) foi elaborado à revelia do conhecimento popular e sem o acompanhamento dos membros da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, tendo sido realizada apenas uma única audiência pública, mesmo assim na noite de uma sexta-feira, quando a participação popular é reduzida.
Também não há, no programa do plano, informações sobre as fontes de financiamentos e a contrapartida do município para custear todos os investimentos em água e esgoto previstos pela Prefeitura para os próximos 20 anos, como aponta o sindicalista.
Como explicou Adilson, neste contrato, a OAS assume a responsabilidade de elaborar o plano sem nenhum custo para a Prefeitura, desde que a empresa receba 5% do valor de todos os recursos destinados a obras e investimentos em água e esgoto no município, durante 20 anos. Para o diretor, as comissões recebidas pela OAS “são milionárias e injustas”.
Segundo ele, no plano de Vila Velha, a previsão do município é investir, em água tratada, um total de R$ 100 milhões a médio prazo e R$ 98 milhões a longo prazo, para atender a 100% das residências. Já a meta para investimentos em tratamento de esgoto é de R$ 316 milhões a médio prazo e de R$ 120 milhões a longo prazo, o que vai garantir uma cobertura de 80% das residências da cidade até 2016 e de 95%, até 2030.
“Somando todos os investimentos em água e esgoto previstos pela PMVV a médio e longo prazos, o município deverá investir R$ 634 milhões. Deste montante, a OAS ganhará, só de comissão, cobrando os 5% pactuados em contrato, mais de R$ 31 milhões. Este é um preço muito alto para a elaboração de um Plano Municipal de Saneamento Básico, que poderia ser feito gratuitamente por meio de parcerias públicas com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), com a Ufes [Universidade Federal do Espírito Santo] e até com o Ministério das Cidades”, apontou ele.
Adilson Costa disse, também, que o PMSB de Vila Velha transfere ações de controle e regulação dos serviços e dos investimentos que serão feitos em água e esgoto no município para uma agência estadual, o que para ele configura um grande erro. “A Agência Reguladora de Saneamento Básico e Infraestrutura (Arsi), que é estadual, jamais poderia ficar responsável pela fiscalização das obras da Cesan, que também é uma companhia estadual”, criticou.
Os vereadores compartilharam das críticas e defenderam o amplo debate sobre o tema, envolvendo a realização de pelo menos uma audiência pública em cada região da cidade. Eles também sugerem a criação de um conselho municipal para acompanhar as discussões do plano. Para os vereadores, a prefeitura deve assumir a regulação do plano de saneamento de Vila Velha, e não deixá-lo por conta da Arsi, que falhou na supervisão de obras da Rodosol e da Cesan no município, além de ter deixado a população sem esclarecimentos sobre a má qualidade dos serviços prestados.