O subsecretário de Estado de Cultura, Joelson Humberto Fernandes, morreu na madrugada desta sexta-feira (24) aos 62 anos, depois de passar por duas semanas internado com complicações devido à rejeição a um fígado transplantado. Joelson era um jornalista muito querido no meio, além de um ator talentoso.
A viúva, a também jornalista Glória Cristina Musiello, conta que Joelson era muito alegre, bem humorado, tinha uma imensa capacidade de agregar pessoas, além de ser ético e justo. Joelson deixa dois filhos.
Joelson passou por um transplante de fígado há pouco mais de dois anos e quatro meses, mas houve rejeição ao órgão. Nas últimas duas semanas, houve uma piora no quadro de saúde do jornalista, que ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, muito debilitado, morreu à 1h40 desta sexta-feira.
O jornalista passou pelas redações de O Diário, A tribuna e A Gazeta; trabalhou por cinco anos como assessor de imprensa do Ministério Público Estadual (MPES) e atualmente ocupava a Subsecretaria de Estado de Cultura. Joelson também atuou nos governos Max Mauro, Albuíno Azeredo, Vítor Buaiz e José Ignácio Ferreira.
Ricardo Jarrão, amigo de Joelson, fala do imenso sofrimento pelo qual estava passando, por isso, é possível admitir que o falecimento foi também uma libertação pata Joelson.
Rogério Medeiros, diretor responsável de Século Diário, a quem Joelson há mais de 30 anos chamava de “pai”, lembra que ele era um homem da cultura. “Passou pela vida com o sofrimento da perda de um filho [há 28 anos, quando a criança tinha quatro anos] sem que quebrasse a ternura”, conta ele.
Ele acrescenta que Joelson viveu a vida inteira na cultura e no jornalismo sem agredir a ninguém e sem ser agredido. “Era capaz de esconder a dor com um sorriso”, recorda Rogério, completando que Joelson era um ser humano especial e que vai fazer falta aos amigos. “Em termos de afeto, dificilmente vamos encontrar alguém como ele”.
O jornalista Rubinho Gomes, com quem Joelson trabalho durante praticamente toda a vida e de quem também era muito amigo, ressalta que ele foi uma das pessoas mais brilhantes de sua geração. Trabalharam juntos em O Diário, A Tribuna e A Gazeta e, atualmente, na Secretaria de Estado da Cultura (Secult). “Considerava-o um irmão”.
Na adolescência Joelson fez teatro, chegou a morar em São Paulo, e também atuou no cinema, sua paixão. Na capital paulista, trabalhou na peça “O balcão”, com direção de Vitor Garcia, no Teatro Ruth Escobar.
Fez várias novelas na extinta TV Tupi, onde atuou com atores consagrados como Sérgio Mamberti, Walmor Chagas, Ruth de Souza, Aracy Balabanian, entre outros. Também atuou em filmes e em vídeos dirigidos por Orlando Bomfim Neto e Clovis Land.
Atuou nos filmes “Maurício de Oliveira – O pescador de sons” e também foi um dos principais atores do filme “Paraíso no inferno”, de Joel Barcelos, inteiramente rodado no Espírito Santo no final dos anos 70.
O velório de Joelson Fernandes está sendo realizado no cemitério Parque da Paz, em Ponta da Fruta, Vila Velha. O enterro acontece às 16h40 desta sexta-feira. O governador Renato Casagrande decretou luto oficial de três dias.