As escadarias do Palácio Anchieta amanheceram pintadas de vermelho nesta terça-feira (25). Apesar de nenhuma organização ter assumido a autoria da ação, essa é a segunda vez que a escadaria que dá acesso à sede do governo do Estado é alvo desse tipo de protesto. A tinta vermelha, obviamente, representa o “sangue” das mulheres vítimas de violência, que são lembradas no Dia Internacional de Não Violência Contra Mulher.
Na tarde e noite desta terça, o Fórum de Mulheres do Estado programou uma vigília na Praça Costa Pereira, com o tema “Meu viver não pode me culpar e nem me matar! – O corpo é meu, não se maltrata, não se viola, não se mata!”. A atividade deve contar com a participação de outras entidades feministas.
A representante do Fórum, Suellen Suzano, destaca que a proposta da atividade é relembrar o alto número de mulheres assassinadas no Estado. Segundo o Mapa da Violência, desde 2002 o Espírito Santo é o Estado onde mais se mata mulheres no Brasil. Em 2011, último ano de divulgação do estudo baseado em gênero, foram assassinadas 21,4 mulheres por 100 mil habitantes, quase o dobro do segundo colocado, Alagoas, com taxa de 13,3. No Mapa da Violência de 2014, que usa como base o ano de 2012, o Estado teve a segunda maior taxa de homicídios totais, com 47,3 por 100 mil habitantes. “Também precisamos chamar a atenção para a omissão do nosso governo diante destes números. É preciso criar políticas públicas que possam reverter essa situação”,
Dentre as bandeiras levantadas, o ato pretende discutir a “culpabilização” das mulheres pela violência que sofrem. “Não importa o que a mulher estava vestindo, com quem ela se relacionou, qual o comportamento dela, a culpa é sempre do agressor, nunca da vítima”, destacou Suzano.
A vigília, que começou às 16h dese seguir até as 20 horas, em frente à Praça Costa Pereira, no Centro de Vitória.
Dia Internacional de Não Violência Contra Mulher
O dia 25 de novembro foi escolhido no Primeiro Encontro Feminista da América Latina e Caribe, realizado na cidade de Bogotá em 1981,em memória às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa Mirabal, conhecidas como “Las Mariposas”, que foram perseguidas, torturadas e assassinadas pela ditadura da República Dominicana em 1960, por sua luta em defesa da liberdade e da igualdade social. No Brasil, a data será lembrada durante toda a semana, em várias cidades do país.