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Diferenças sociais entre brancos e negros ainda são marcantes no Estado

Nesta quarta-feira (03) o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgou a pesquisa “Situação Social da População Negra por Estado”. O estudo compara as características fundamentais das famílias, escolaridade, seguridade social, trabalho e renda da população negra e branca.
 
Na comparação entre os anos de 2001 e 2012 a pesquisa demonstra avanços significativos na condição social dos negros. Entretanto, ainda é notável a disparidade social em relação aos brancos, principalmente quando avaliamos a pequena quantidade de negros entre os mais ricos ou mais escolarizados.
 
A pesquisa alerta para essa desigualdade racial: Apesar do evidente avanço nas condições de inserção econômica e social, ainda persistem os diferenciais que colocam os negros em desvantagem, comparativamente aos brancos, em todos os indicadores analisados.
 
No Estado, das pessoas com renda inferior a 1/4 do salário mínimo em 2001, 34,8% se declararam negras, contra 7,2% em 2012. Já entre os que ganham entre meio a um salário mínimo e meio, em 2001, os negros representavam 27,8%. Dez anos depois a participação da população negra entre esse segmento subiu para 53,2%. 
 
Ainda sim, o aumento de renda dos negros não os equipara financeiramente aos ricos. Entre os que recebem mais de um salário mínimo e meio, os negros representavam em 19,7% em 2012, enquanto os brancos representavam 39,6% em 2012.no mesmo ano (veja tabelas abaixo).
 
 
A situação se repete na avaliação de escolaridade. O índice de estudantes que frequenta a escola em idade adequada subiu em todas as faixas, especialmente entre os negros. No ensino superior, esse crescimento chega a 172% no Estado. Entretanto, quando comparamos a inserção dessa parcela da população na universidade, é perceptível que, apesar dos avanços, o negro ainda é minoria. Em 2012, 9% dos negros estavam no ensino superior, enquanto os brancos representavam 24,7%. 
 
 
O estudo aponta o racismo como promotor dessa desigualdade no país e concluí destacando a necessidade de enfrentar a questão no país: “É iminente a necessidade de enfrentar o racismo institucional que caracteriza o Brasil. Este enfrentamento implica desenvolver políticas de ações afirmativas para a população negra que atuem de forma complementar às políticas universais, garantindo que a melhoria da situação social da população esteja indissociavelmente vinculada à redução das desigualdades raciais”, analisa o estudo. 
 
A pesquisa foi realizada em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e utilizou como base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2001 e 2012.

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