Feminismos & cibercultura, lançamento de livro, mesa de discussão e apresentações de trabalhos acadêmicos. Esse é um recorte da programação do I Seminário de Pesquisa em Comunicação (PÓSCOM) que tem sua primeira edição na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Em três dias de programação, o evento abre espaços de reflexão e discussão para produções de mestrandos e graduandos do curso de Comunicação Social. A proposta é avaliar o direcionamento das pesquisas e, consequentemente, a preparação para as futuras defesas de dissertação. O evento ocorre entre os dias 8 e 11, sempre a partir das 9h, no campus de Goiabeiras da Ufes, Vitoria. A participação é livre.
O Seminário é vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Territorialidades, e tem coordenação da professora Daniela Zanetti. “Procurei mapear temas, junto com os professores do Póscom, que são de interesse para o nosso programa, além de trazer pesquisadores que possam contribuir para articularmos as noções de comunicação e territorialidade, pensando ainda a comunicação como campo de forças, de disputas e de engajamento”, explica a professora.
O objetivo principal da primeira edição do Seminário e abrir espaço para o trabalho dos alunos de mestrado em Comunicação e Territorialidades, mas as pesquisa de iniciação científica dos graduandos de Jornalismo, Publicidade & Propaganda e Cinema & Audiovisual também não ficaram de fora, como explica Zanetti. “Todos os que inscreveram seus trabalhos irão participar, ou seja, não houve uma seleção de produções. O seminário funciona como os congressos acadêmicos em geral. Cada participante tem um tempo de apresentação e depois abre-se espaço para discussão. É um momento de troca mesmo, e um espaço de divulgação das pesquisas que estão sendo realizadas pelos nossos alunos. Aliás, destaco a ótima qualidade dos trabalhos inscritos”.
E por falar em trabalhos inscritos, a variedade de temas estudados é longa. Alguns dos trabalhos a serem apresentados são: O Bonde Passou: Uma Análise do Mercado Musical Brasileiro e dos Videoclipes de Funk Ostentação na Internet (Rafaela Belo); Narrativas emergentes: estudo da rede Mídia Ninja no Facebook e seus coletivos Territorializantes (Priscilla Calmon de Andrade e Luisa Abdoudib); Intervenções Gráficas Urbanas: aspectos espaciais da comunicação radical nas cidades (Sérgio Rodrigo da Silva Ferreira). Entre muitos outros.
O dia de abertura, 8, contará ainda com uma conferencia sobre Cibercultura & Feminismo, tendo como convidada a professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Graciela Natansohn (foto a esq.). “Conheci o trabalho da Graciela quando fiz meu doutorado na UFBA. Ela tem uma pesquisa bastante qualificada e engajada sobre mulheres e tecnologia, inclusive coordena o “Gig@” (Grupo de Pesquisa em Gênero, Tecnologias Digitais e Cultura). Considero este tema bastante relevante não apenas pelo fato do feminismo estar em evidência nas mídias sociais – e que tem gerado, inclusive, debates calorosos -, mas também para se pensar como, teórica e metodologicamente, é possível refletir sobre esse fenômeno, e principalmente sobre o acesso da mulher ao campo da tecnologia”, afrima Daniela Zanetti.
Lançamento do livro “Tecnologia, Objetividade e Superação da Metafísica”
O Seminário ainda abre espaço para o lançamento do novo livro de Rafael Paes, – Professor de telejornalismo no Departamento de Comunicação Social da Ufes – a obra “Tecnologia, Objetividade e Superação da Metafísica”. Nele, o leitor irá encontrar uma investigação filosófica que busca entender a essência da relação entre homem e técnica moderna. “A partir de dois filósofos alemães, Nietzsche e Heidegger, descrevo a essência da técnica moderna, ou tecnologia, como sendo uma força capaz de organizar o mundo, isto é, procuro descrever e compreender, na história do pensamento humano, qual é a origem, como vigora e o que pretende a onipresença da tecnologia no mundo atual”, explica Rafael.
A obra coloca em voga uma pergunta: o que impulsiona o homem a buscar cada vez mais tecnologia? E é a partir dela que Rafael Paes traça um rumo guiado pela origem filosófica da técnica moderna. “Procuro estabelecer a relação desse projeto com a objetivação da realidade operada por diversas práticas, como por exemplo, o jornalismo”. Termos como tecnofobia (que entende tecnologia como fonte de todos os males da sociedade) e tecnofilia (como as máquinas e aparelhos técnicos como a salvação do homem) são postos em discussão e esclarecimento.
O livro tem 228 páginas e foi publicado pela Editora da Ufes (Edufes). No lançamento, Paes irá realizar uma apresentação seguida de debate. “Vou fazer uma breve exposição das principais ideias e conceitos descritos no livro e que ajudam a entender o modo de ser da tecnologia: suas origens e encaminhamentos. Depois teremos um momento para debate. O livro estará disponível para venda lá no próprio Metrópolis e também na livraria da Edufes, que fica no Centro de Vivências da Ufes”.
Serviço
O I Seminário de Pesquisa em Comunicação (PÓSCOM-Ufes) tem realização entre os dias 8 e 11, no Centro de Artes e Cine Metrópolis na Ufes, Campus de Goiabeiras – Av. Fernando Ferrari, 514, Vitória. O evento é aberto ao público.